terça-feira, 19 de março de 2013

Estrada do sol

A semana passada assisti no canal Globo News um programa de entrevista em que o jornalista Rodrigo Faour falava de seu livro “Dolores Duran - A noite e as canções de uma mulher fascinante”, que por sinal já foi tema de uma postagem aqui neste mesmo lugar. Deste modo, o que me chamou atenção no programa não foi a abordagem em si sobre a figura, de fato, fascinante de Dolores, mas o seu final. Antes de subirem os créditos do programa sinalizando o seu término, a imagem e o áudio traziam a presença luminosa do Rei e do Tom Jobim ao piano, em parceria na interpretação de Estrada do sol, canção de Dolores Duran e Tom Jobim.

A cena apenas serviu como confirmação do grande interprete que é o Rei, cuja voz sempre estive e está a serviço de suas próprias canções, algumas de gosto mais que duvidoso, pela temática e musicalidade abolerada, pela cafonice, pelo romantismo babaca de grande parte de seu repertório. Um interprete que está acima das canções, exceto em momentos raros em que ele se aventurou, para nosso deleite, pelo repertório de outros compositores como o próprio Tom, que teve sua Lígia sublimada em um dos muitos especiais de final do ano do Rei em que o maestro soberano participou como convidado. Lembro de Cartola que por várias vezes demonstrou a expectativa de viver a alegria de que o Rei pusesse a sua voz em As rosas não falam, o que nunca aconteceu.

Vídeo: Youtube

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