O Ministério Público Federal através do Procurador Geral da República que foi tão célere, tão cioso de suas obrigações constitucionais para enquadrar os dirigentes petistas e jogá-lo no torvelinho de um mensalão midiático que é muito mais ficção que realidade, assiste impassível a tragédia anunciada, a cada ano, na região serrana do Rio.
Os prefeitos da região, o governador do estado e mesmo o Governo Federal são cúmplices diante de tantas mortes, principalmente das crianças, e da destruição que envergonha e comove todos nós. Se há uma incompetência administrativa, nunca financeira, para promover e gerenciar programas de habitação de baixa renda que pelo menos se fiscalize a construção em terrenos clandestinos e de invasão, contendo a proliferação destes barracos, casas em encostas, buracos, em topo de morro, próximos a rios. As casas prometidas e anunciadas após os mesmos dramas de agora, em 2010, 2011 e do ano passado, são laudas e laudas de papeis em projetos travados pela burocracia e pela desonestidade pública. Sem saída, sem assistência, sem moradia, resta a ocupação desordenada das áreas urbanas como um soco da vida real, ante a omissão de todos os governos, em todas as esferas.
Desgraçadamente, os vitimados são os de sempre, os que aumentam as estatísticas da linha da pobreza; os que morrem a toda hora enredados pelo tráfico; os jovens longe das escolas, dos esportes e do lazer, mas próximos do crime; a desesperança como alimento para uma fome represada e insaciada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário