Dia desses, distraído, assisti um destes
programas de televisão em que a reportagem não se contenta em dar noticias
sobre determinado artista ou celebridade, mas invadir, com a conivência vaidosa
deste, a sua casa, revirando-a pelo avesso todos os seus cômodos, espaços,
piscinas, mostrando que é um vitorioso, um bem sucedido. A bola da vez era a
cantora Joelma e a marmota de seu
marido, da Banda Calypso,
escancararem suas intimidades, suas salas, salões, quartos, todos bem decorados
em um branco asséptico, estofados, móveis modernosos, estantes com troféus,
faixas, nenhum livro.
Livro que talvez tenha, ou não, feito falta na
construção de um ser humano também vitorioso, ao invés deste molambo
preconceituoso em sua fúria intolerante e incapaz de compreender a diversidade
e o livre arbítrio a que todos têm direito. Droga mesmo é a cantora Joelma, seu marido, sua Banda Calypso.
Foto: Cantora Joelma
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