quarta-feira, 3 de abril de 2013

Minha casa, minha empresa.

A aprovação demagógica da PEC dos empregados domésticos, e utilizada à exaustão por políticos de diferentes gradações de escrúpulo, deve causar grande impacto, sequer avaliado por estes parlamentares pilantras, nas relações empregatícias gerando demissões em serie. Este fantasma já ronda a categoria, como era de esperar, não que a classe operosa destes servidores não mereça o amparo das conquistas sociais prevista na Constituição, longe disso, mas por representar uma categoria com certas especificidades nestas relações patrão e empregado.

Até mesma esta relação em muitos casos nem existe, já que estas trabalhadoras, basicamente mulheres, estabelecem com a família a quem presta o seu serviço uma identificação tão próxima e íntima que passa a ser um membro daquela família, com vínculos de amizade, que se espalham por gerações e com recompensas que vão além destas esmolas sociais, a título de FGTS, por exemplo. Além do mais, um lar, uma família, não é uma empresa a gerar lucro e assim competir com as empresas de fato em suas obrigações trabalhistas e seus encargos sociais. O lucro de um lar, de uma família a ser repartido e contabilizado é o amor, o reconhecimento, a gratidão e a recompensa financeira como se observa em muitos casos.
Quem quer ter acesso a todos estes direitos e conquistas sociais, que estes pilantras jogaram na cara da sociedade a pretexto de igualdades de direitos constitucionais, deve buscar o mercado de trabalho como quem dorme nas portas das fábricas ou nas inscrições para os concursos públicos, e não a porta de uma casa de família que não é uma empresa, nem pode ter entre suas tralhas domésticas um relógio de ponto, um livro de registro de empregados, uma sala de lazer com revistas semanais, jornais, baralhos e damas.    

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