terça-feira, 9 de abril de 2013

Meu nome é Gal.

Sábado, dia 13, Gal apresentará seu novo show Recanto na Concha Acústica do TCA. Por conta de sua presença na cidade a revista Muito, encarte do jornal A Tarde, aos domingos, publicou uma extensa entrevista onde Gal fala de sua carreira, do envelhecimento aos 67 anos, do tropicalismo, de João Gilberto, de sexualidade etc. Gal, como muitos artistas, deveria apenas cantar, que é o que ela sempre soube fazer de melhor, e não teorizar sobre assuntos em que ela se revela rasa como uma cacimba nordestina nestes tempos de seca. Macalé certa feita declarou que Gal era “burrinha” e que nem sempre alcançava o teor das canções que entoava, mas como era uma espécie de porta voz do que queira Caetano em termos estéticos ela era orientada quanto ao sentido e as razões daquelas composições.

Maledicência que se torna desrespeitosa a uma personagem fundamental na construção da moderna música brasileira da qual o Tropicalismo é dado significativo na base deste novo canto, dessa atitude e profissionalismo a partir de sua geração. É certo que a voz de Gal já não é a mesma do seu inicio de carreira, ou de discos fundamentais como Fa-tal, Índia, Cantar, Gal canta Caymmi, Meu nome é Gal etc, mas a sua voz ainda ecoa com o frescor que os quase setenta anos não consegue abafar. Canta Gal! Se lá estivesse, lá estaria nas escadarias da Concha para lhe ouvir.

Disco: Gal - Capa de Índia de 1973
Foto: Antônio Guerreiro

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