O Rock
Brasil que incendiou o país no inicio dos anos 80 foi detonado pela banda BLITZ com um compacto simples (disco com
duas faixas) através da música Você não
soube me amar com vocais de Evandro Mesquita, Fernanda Abreu e Márcia Bulcão. O sucesso foi
tão arrasador que o grupo foi convocado às pressas pela gravadora que lançou
compacto, para o registro imediato de seu primeiro LP.
Estávamos em 1982, o país ainda vivia sob o domínio
da censura, não mais uma censura política, tendo em vista o projeto de
distensão lenta e gradual do regime ditatorial, mas uma censura de ordem moral
e do controle dos costumes, vista a quantidade de grupos jovens que iam
surgindo e dominando o ambiente musical do país. Acreditando nesta nada ingênua
razão, o disco foi gravado sem que se tivesse o retorno das canções
encaminhadas à censura, com o carimbo de liberação para gravação e execução
pública. Tal não foi a surpresa quando o grupo e gravadora ficaram sabendo que Cruel, Cruel
Esquizofrenético Blues e Ela Quer Morar Comigo na Lua estavam proibidas.
E aí?
Fui um dos
muitos consumidores de músicas que adquiriu o primeiro LP da Blitz, As aventuras da Blitz, empolgado com aquela
geração que estava balançando a pança e os quadris do país, como o Barão Vermelho, Kid Abelha, Paralamas do Sucesso, Legião Urbano, Ira,
Os Titãs e a nossa baiana Camisa de
Vênus. O espanto ficaria por conta da verificação, após a
retirada do vinil da sua capa e do invólucro protetor de plástico, que as duas
últimas faixas do lado B estavam
riscadas de modo violento e assim, impróprias para a reprodução. A razão da
censura era a existência de algumas inocentes expressões ou palavrões que hoje
são utilizados fartamente na linguagem coloquial, entre amigos, mostrando como
a censura, qualquer que seja, é uma burrice e uma violência inominável.
Foto: Capa do LP da Blitz
Foto: Capa do LP da Blitz
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