Já assisti show de rock ou de alguma banda pop que, em determinando momento, a plateia demonstra certa inquietação e começa a gritar: “Toca Raul, Toca Raul”. Ou o repertório que está sendo executado não é do agrado de parte do público ou a levada “rock n roll” remete ao mito Raul Seixas, levando os seus adoradores àquela manifestação que surge talvez de modo deseducado. Mas, quem está aí prá estas solenidades nestas horas...
O Zeca Baleiro pegou o mote do Toca Raul e fez uma canção em que fala deste desconforto, em que pese o tom de brincadeira e mesmo de homenagem, em se apresentar e ter que ouvir um ou vários malucos gritando Toca Raul, quando “A vontade que me dá/é de mandar/ o cara tomar naquele lugar”.
Na verdade é uma canção autodefensiva já que o Zeca precavido compôs: “Agora, toda vez que algum maluco beleza gritar – Toca Raul/Eu saco esse às da manga/Esse coelho da cartola/Essa carta da tanga/Essa balada quase rock com pitadas de forró/E nenhum sentimento blue/Prá nunca mais ter que ouvir/Alguem gritar e pedir – Toca Raul”. Pois, na verdade, depois de sua morte, Raul virou um mito, uma lenda, uma entidade, uma seita com seguidores por todo país.
Foto: Raul Seixas
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