domingo, 31 de agosto de 2014
Pro dia nascer feliz
Tempo de silêncio e solidão diante de mais uma experiência
que talvez nos vejamos submetidos neste período eleitoral. Os pregadores do reino,
os vendilhões dos templos anunciam uma nova era, embalada por velhos papéis, as
mesmas práticas, outros atores para o script conhecido. Talvez esteja velho o
suficiente para tanta descrença, tomado por um desânimo de quem vê cenas de um
filme cujo final ninguém quer mais saber.
A novidade, o espanto que possa
causar a banqueira de braços dados com a seringueira, “cara de fome”,
conforme Rita Lee, induz para a
utopia, enfim, do capital e trabalho para o bem geral da nação, mas que se
dissipa ao invadir a boca de cena e constatar que os bastidores fedem tanto
como restos de feira em salões aristocráticos do que sobrou da burguesia
paulista ou do coronelismo nordestino. Não há saída.
Gostaria de desfraldar bandeiras, gritar
palavras de ordem, acreditar, outra vez, que “amanhã vai ser outro dia” e
correr da polícia em passeatas de contestação como já foi possível crer, mas
estou velho e cansado para novas aventuras, tarefa que os moços parecem não se
dar conta do momento que se vive e, tudo não passa de arroubos de torcida de
futebol nas postagens do facebook. É pouco, grande é a deusa música que nas
acalenta, nos consola e apesar de tudo nos faz acreditar que sonhar é preciso,
mesmo que seja um sonho impossível.
Canción por la unidad
latinoamerica – Chico e Milton
Nascimento
Porta estandarte – Zizi Possi
Opinião - Nara Leão
Gente – Caetano
A lua e eu – Nana Caymmi
Ideologia – Cazuza
Coração valente – Clara Nunes
A terra é dos homens – Erasmo Carlos
Palhaço – Céu
O sal da terra – Beto Guedes
Foto: Nara Leão
sábado, 30 de agosto de 2014
Marinamania - Pelos cabelos
O marketing de Marina exagerou na despolitização nas redes sociais. A campanha
pediu, no Facebook, que os eleitores
publiquem fotos com o cabelo preso em coque para demonstrar apoio à candidata.
“O
penteado usado por Marina é o look
preferido de muita gente”, diz a publicação do comitê. Alguns eleitores
reclamaram. “Cadê as propostas?”, questionou a goiana Sara Andrade. A reclamação foi apoiada por outros 200 internautas.
Fonte: Painel - Folha
Criança diz cada uma!
Há alguns anos, um professor colombiano fez uma
brincadeira com seus alunos: pediu que eles dissessem o significado de
determinadas palavras. O resultado foi tão surpreendente que rodou o mundo e outros
educadores repetiram a experiência. Eles sabem muito... Guarde essas
definições:
Adulto: Pessoa que em toda
coisa que fala, fala primeiro de si.
Céu: De onde sai o dia.
Violência: Parte ruim da Paz.
Paz: Quando a pessoa se
perdoa.
Agasalho: É a roupa que a mamãe
põe em mim quando ela está com frio.
Amor: É o que faz você
sorrir quando está cansado.
Amor: É quando a mamãe dá
ao papai o melhor pedaço do frango.
Fonte: Almanaque de Bordo - ABRATI
Sabe gente, é tanta coisa prá gente saber ...
Preciso
aprender a só ser é
uma espécie de acerto de contas com seu tempo, sua vida, seu comportamento
diante das coisas que são e, onde ele subverte um verso de um samba-canção de Marcos e Paulo Sérgio Valle, a romântica Preciso aprender a ser só que ganha outro significado, outra
leitura, uma nova dimensão na busca de um “eu” pleno com “eu preciso aprender a
só ser”. Bonito de se ouvir
Vídeo: Youtube (Eu preciso aprender a só ser - Gil)
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
Só tem bicha nesta cidade?
A polícia foi chamada e, para surpresa do
senhor, o PM também era
homosessexual. “Só tem bicha nessa cidade?”, soltou. O homem acabou sendo levado
à 10ª Delegacia de Polícia, em Botafogo, onde foi autuado por desacato
à autoridade e crime de homofobia.
Foto: Ilustrativa
De vermelho vive o coração
Mais uma demonstração de racismo nos campos de
futebol, desta vez por parte de uma torcedora do Grêmio contra o goleiro Aranha,
do Santos na partida que estes
clubes disputaram, nesta quinta feira, pela Copa do Brasil. Foi mais um triste gesto desta arrogância branca
que nos envergonha dentro e fora dos estádios, mostrando que a convivência
social entre esportistas é ainda uma miragem, cujo alcance só será possível com
a quebra de barreiras preconceituosas que parecem intransponíveis. Mas, não
são. O silêncio e a omissão sim são comportamentos que em nada contribuem para
dizimar esta chaga social, mas aí está o Ministério
Público, o estatauto do torcedor, a delegacia de policia, a Lei Afonso Arinos, a imprensa, o que estiver
ao alcance como meio de intimidar e coibir estas práticas desumanas.
O aparato tecnológico que a maioria dos
estádios já conta, deve estar sempre disponível para a identificação do
agressor, cujo banimento dos estádios talvez fosse a pena merecida, quando não uma
retratação pública ao agredido. As imagens do estádio do Grêmio, em Porto Alegre,
mostra com clareza através da leitura labial a torcedora pronunciando a palavra
“macaco”, em direção ao atleta santista.
Do mesmo modo que os “inocentes” esbarrões de
atletas, até o momento corintianos (tinha que ser), contra árbitros, derrubando-os
como se fosse algo acidental, o afã do lance, do jogo e que não são como demonstram
as imagens que flagraram os jogadores Petros
e Guerreiro em jogos recentes
pelo Campeonato Brasileiro, agredindo
os juizes daquelas partidas. Na última partida é visivel a concordância do
técnico Mano Menezes com a atitude
de seu atleta, aplaudindo a agressão de Guerreiro
ao juiz. Aliás, estes treinadores gaúchos são didáticos nos maus exemplos de
antipatia, deselegância, grosseria, falta de educação. Outra praga do futebol
brasileiro.
Foto: Aranha (Santos)
Prisão domiciliar
- Moro num prédio de 27 andares na Barra da Tijuca e só conheço duas
pessoas. Em Xérem conheço todo
mundo, inclusive a galera 171.
Zeca deveria receber o
titulo de doutor “honoris causa” em Ciências
Sociais.
Fonte: Anselmo Gois
Foto: Ilustrativa
Cine Holliúdy
Na premiação do Cinema Brasileiro deste ano, ocorrida terça feria dia 26 de agosto,
foi criada uma nova categoria a ser contemplada, a comédia, que sempre foi uma
vertente do nosso cinema, desde as chanchadas da Atlântida e, um modo também de homenagear artistas maravilhosos,
como Grande Otelo, Oscarito, Zé
Trindade, Ankito, Anila Leoni, Eliana, Costinha, Dercy Gonçalves, toda esta
gente genial que povoou o nosso imaginário infanto/juvenil.
E prá iniciar a
escolha do mais novo felizardo, nada melhor que entregar o troféu a Cine Holliúdy, do diretor Helder Gomes, esta invocada produção
cearense que tem como tema o próprio cinema, o amor a tela, as imagens, a busca
do riso, a corrida pelo sonho de não deixar o escurinho do cinema morrer.
Vi Cine
Holliúdy recentemente no Canal
Brasil, devido a sua rápida passagem pelas telas de Salvador no circuito comercial, mas valeu o tempo de espera e o
contato com este dialeto meio doido que é a linguagem do “cearencês” falada em
todo o filme. Para os desavisados, sem contato com o modo de falar do cearense,
não iria entender nada ou sentiria dificuldade em acompanhar a rapidez daqueles
diálogos, então a saída foi a legenda que acompanha todas as cenas.
Pode lembrar o tocante Cinema Paradiso, embora Cine
Holliúdy mesmo devotando sua paixão ao cinema, o seu protagonista Francisgleydisson (Edmilson Filho) um
admirador das artes marciais, alem da sobrevivência do cinema busca mesmo o
riso, o entretenimento e, para isto não tem o menor pudor em fazer piadas com
religião, deficientes físicos, gays e muita cafonice expressa nas cores, nas
roupas, na trilha sonora. Um filme do Ceará
para o mundo, com muitas tesouras voadoras “na pleura”.
Fotos: Cine Holliúdy
Fotos: Cine Holliúdy
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
Socialismo de butique
No final do debate da BAND, o ex-deputado do PT, Mauricio
Rands, que hoje coordena o programa de governo presidencial do PSB, da
candidata Marina Silva, esbarrou com
a candidata Luciana Genro (PSOL),
também ex-petista.
- Sexta feira apresentamos nosso programa. Está
muito bom, você vai gostar – provocou.
- Gostar? Com autonomia do BC, tripé macroeconômico? Contra o aborto e a maconha? – devolveu a ex-deputada.
- Não vai ter isso, não... – desconversou Rands.
- Pode até não estar escrito, mas estará
implícito! – esbravejou a candidata do PSOL.
Fonte: Painel-Folha
Caricatura: Baptistão
Caricatura: Baptistão
Durma-se com um barulho desses
O candidato ao governo do Distrito Federal, aquele da violação do painel do Senado juntamente com ACM, pelo PR,
José Roberto Arruda, teve a sua
candidatura impugnada pelo Supremo
Tribunal Federal, com base na Lei da Ficha
Limpa, no caso dele, suja, mas continua fagueiro utilizando o horário
eleitoral para vender seu peixe, podre.
Mesmo condenado, inelegível e impedido
o candidato ainda pode apresentar dois recursos junto ao TSE e um ao STF, cujos julgamentos quando vierem ocorrer, o ficha suja já ganhou a eleição, já foi
empossado e está em fim de mandato. E aí, já que tá no fim, deixa. É possível fazer
um país assim? Talvez, Marina esteja aí prá isso mesmo, prá justificar o impossível, o improvável, o “que não tem
conserto nem nunca terá”.
A condenação se deu quase por unanimidade pelos
ministros do Tribunal Superior Eleitoral
– TSE, exceto pelo voto contrário do Ministro
Gilmar Mendes que subiu nas tamancas, rodou a toga, esbravejou, chamou de
julgamento nazista e estendeu uma desqualificação geral aos seus colegas do
tribunal, um arerê. Por que será?
Foto: TSE
Xepa de feira
A eliminação melancólica de nossa seleção de
futebol na Copa do Mundo realizada
aqui, a estrutura amadora, naquilo que o amadorismo tem de pior, de nossos
clubes em que alguns apresentam estado pré-falimentar, com dívidas trabalhistas,
previdenciárias e fiscais impagáveis, parecem que não são suficientes para
colocá-los frente a uma realidade cada vez mais asfixiante.
Quando não são os clubes, são as ervas daninhas
dos agentes e empresários de jogadores, pedindo para as suas mercadorias, preços
e salários incompatíveis com as qualidades do que é oferecido e, que dirigentes irresponsáveis
acabam sucumbindo à tentação de ter em suas equipes jogadores e baladeiros
decadentes e em fim de carreira como Ronaldinho
Gaúcho, por exemplo.
Por pouco, o Palmeiras
não caiu na teia do irmão e empresário deste jogador, que pedia R$600 mil reais de salários além de
vantagens outras que seriam estipuladas em contrato. Anteriormente, mas na
mesma linha, o goleiro do Fluminense,
que um dia foi o terceiro reserva de nossa seleção, Diego
Cavalieri, pedia ao seu clube R$500 mil reais mensais para a renovação de
contrato e, que o clube de modo prudente recusou.
Essa gente e seus clubes tem que por os pés no
chão, já que a bola anda muito distantes deles, e perceber que para o
futebolzinho mambembe que se pratica por aqui, salários de 20 a 40 mil reais
estão mais que de bom tamanho. Quanto aos carrões, os apartamentos na Barra da Tijuca, as joias, as roupas de
grifes italianas e francesas, basta a compreensão de que foram mimos de um
tempo que passou e de um futebol que nunca mais se jogou por aqui, como
exemplificam atletas como Zico, Romário,
Bebeto, Raí, Leonardo, Cafu e tantos mais.
Caricatura: Dan
quarta-feira, 27 de agosto de 2014
Os sujismundos eleitorais
O Jornal
Metrópole desta semana questionou os candidatos ao governo e ao senado pelo
estado, quanto a prática da utilização deste meio de propaganda eleitoral. Mas, todos eles fizeram cara de paisagem, dizendo desconhcer a lesgislação urbana
neste sentido, ou que se todos faziam ele não iria deixar de fazer, embora reconhecesse
o perigo que os tais cavaletes poderiam causar. Enquanto eles poluem a cidade a
população reage como pode através de campanhas bem humoradas como a que um
grupo sugere e estimula a derrubada de um cavalete por dia. Se a população
resolve aderir e partir pra cima, vai faltar cavalete na praça e aumentar o
trabalho da Limpurb
Foto: Ilustrativa
Quem nada tinha a perder, ganhou
Chico Mendes, os ianomâmis somos todos elite
Devo ter acertado na opção, ao ficar no Canal Brasil assistindo a 13ª Premiação do Cinema Brasileiro em 2014,
que elegeu o Faroeste Caboclo como o
melhor filme, e o baiano Fabrício
Boliveira como o melhor ator. Além de Bruno
Barreto como melhor diretor por Flores
Raras e a melhor atriz para Glória
Pires pela contida e convincente atuação neste filme, que trata de um amor
homosexual entre a arquiteta Lota de
Macedo Soares e a poetisa americana Elizabeth
Bishop, nos anos 50 e 60, no Rio.
Já que do debate da Band, pelo que li, fui poupado de ouvir sandices como a disparada por Marina Silva de que Chico Mendes tamém era elite. Foi a
saída que ela encontrou ao ser posta contra a parede pela lembrança de que o
braço direito e financeiro de sua campanha tenha a consoltoria da Sra Neca Setúbal, dona do Banco
Itaú e, do candidato a vice em sua chapa, o empresário e dono da Natura, o Sr Guilherme Leal. Cala a boca Marina!
Fotomontagem: Portal Forum
Vou-me embora prá Pasárgada...
Vou-me
embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Em
Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcaloide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
Poesia: Manoel Bandeira
Tempo, tempo, tempo, tempo
Assim como o MPB-4 que foi se desfigurando com o passar do tempo, desde a saída
de Ruy e a morte de Magro, agora é o Quarteto em Cy com quem o grupo de Niterói mantinha não apenas identificações musicais, mas também
afetivas, que desde a saída de Cylene,
agora perde Cybele mais uma das
irmãs de Ibirataia – Bahia. O Quarteto em Cy esteve presente nos mais
importantes momentos da música brasileira, e este ano completou 50 anos de
atividades desde a sua chegada ao Rio
e apadrinhadas que foram por Vinicius de
Moraes em carreira sempre ascendente.
Com o MPB-4 gravaram participações recíprocas em
discos individuais e coletivos, como o Cobra
de vidro que além de disco virou espetáculo musical que assisti emocionado no
Teatro Castro Alves, em 1978, a versão “a capella” de Because (Lennon e McCartney), a
politizada canção de Violeta Parra, Me
gustan lós estudientes e músicas de Chico,
Milton Gil, Dori Caymmi e Heitor Vila-Lobos numa demonstração da qualidade
do repertório que sempre foi marca dos dois grupos.
Cybele que nos deixou há uma
semana, e num dos momentos em que se afastou do Quarteto para formar dupla com Cynara
foi involuntariamente protagonista de um dos momentos mais tristes e
vergonhosos da música brasileira. Elas defendiam a canção de Chico Buarque e Tom Jobim no Festival
Internacional da Canção, em 1968, a bela Sabiá que ganharia a etapa nacional e defenderia o Brasil na competição internacional.
Diante de um Maracanãzinho inquieto,
barulhento e, que já tinha escolhido por razões políticas a canção de Vandré, Prá não dizer que não falei de flores como
a preferida, reagiu de modo apaixonado, em vaia ensurdecedora contra elas e seus
compositores constrangidos e perplexos com aquele rasgo de incivilidade.
Todos, eu inclusive, tomados por um esquerdismo
juvenil, víamos na canção de Vandré
a reencarnação de nossa Marselhesa,
hino com que derrubaríamos a ditadura militar, nos deixando cegos para a beleza
da canção de exílio que era Sabiá,
constatação que só o tempo, a serenidade nos tararia anos depois. “Sei que o
amor existe/não sou mais triste/e a nova vida já vai chegar/e a solidão vai se
acabar”. Cybele, descanse em paz.
Fotos: Ilustrativas
terça-feira, 26 de agosto de 2014
Demorou, mas chegou!
Enfim a modernidade chegou ao Teatro Castro Alves com a liberação da
compra de ingressos online, ou por telefone já a partir do próximo mês,
conforme contrato assinado com a empresa prestadora de serviços Compreingressos.com. No site poderá ser
escolhido o espetáculo, assento, e o pagamento através cartão ou débito em conta.
O ingresso poderá ser impresso e o espectador ter acesso direto ao Teatro, sem ter que passar antes na bilheteria
converncional para uma possível troca de ingresso. Esta comidade terá um custo de
um percentual sobre o ingresso, mas creio ser compensador nos livrarmos de
bilheteria e da sanha infame de cambistas.
Sei o que é esperar a abertura da bilheteria em
uma longa fila e quando chegar a minha vez de ser atendido, ouvir que os
ingressos estão esgotados. No dia seguinte passar pela porta do Teatro e presenciar dois ou três
cambistas com volumes revoltantes dos tais ingressos esgotados. Uma indecência
que a própria diretoria tinha e tem conhecimento, mas que era omissa ou que nada
podia fazer, já que era um caso de policia. Ora! É possivel que a praga dos
cambistas não seja extirpada, mas deve amenizar a sua ação deletéria, espero.
Foto: Teatro Castro Alves
Quando o sol se põe vem o Farol...
A ausência de bandas de pagode e axé no show de
inauguração da Nova Orla da Barra
revestiu o acontecimento em uma noite de boa música e de um ambiente familiar
que se espalhou por toda a área do Farol
em frente ao palco. Circulava-se civilizadamente pelo calçadão da orla, sem o
desconforto de atropelos, galeras e bondes.
É preconceito, possivelmente sim,
mas não se tomando ao pé da letra o significado da palavra quanto a sua origem
etimológica que diz de um conceito anterior ao conhecimento do fato, algo
preconcebido. Não é o caso. Conheço o axé e lamentavelmente o pagode baiano e
sei de tudo que move esta gente, prá quem a música é mero pretexto para
explicitar suas deformações familiares e sociais e ganhar alguns trocados, no
caso do pagode, isto é claro como a luz da lua.
Mas, não vou perder tempo com estas
considerações imerecidas, pois o que interessa mesmo foi que o rolou no palco em
uma longa lista de artistas, deixando para cada um pouco mais de três ou quatro
músicas apresentadas, para que o tempo do show não se alongasse além do previsto.
E assim Márcia Short, Mariene de Castro
iniciaram suas participações e foram sucedidas por Vânia Abreu, Armandinho, Antonio Carlos e Jocafi e Baby Consuelo, aliás, Baby do Brasil que esquentou a plateia
com Telúrica, Por do som, Brasileirinho.
A seguir foi a vez de Fafá de Belém em
rápida apresentação, mas o suficiente para lembrar o seu inicio de carreira com
Filho da Bahia, de Waltinho Queiroz e juntos no melhor
estilo do que já foi o Carnaval de
Salvador, encerrarem cantando Chame
gente. A nova Barra iluminada e
bonita mereceu a homenagem.
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
A inauguração da Nova Orla - Barra
Com grande programação cultural e esportiva
será inaugurada, nesta sexta feira, dia 22, a primeira etapa da Nova Orla da Barra, parques infantis, feiras
gastronômicas, de artesanato, caminhadas, passeio ciclístico e shows, muitos
shows com uma variedade musical distante do axé e do pagode.
O pôr do sol, desta sexta feira, terá a companhia do show “Todos
cantam Salvador” com atrações como a banda do JAM no MAM, que tem seu público cativo aos sábados na área aberta
do Solar do Unhão, que abrirá as
apresentações dos artistas Márcia Short,
Antonio Carlos e Jocafi, Baby do Brasil, Fafá de Belém, Armandinho, Gerônimo e
Vãnia Abreu.
A tradicional feira gastronômica do Porto em frente a Nova Praça onde está situado o Instituto
Mauá voltará depois de várias semanas sem funcionamento em razão das obras
no local e a novidade da Feira de
Artesanato que se instalará em Frente
ao Farol. É festa prá todo lado, até domingo e, lá estaremos.
Fotos: Nova Orla - Barra
A Série B põe seus olhos grandes sobre nós
Não há qualquer contestação diante da campanha medíocre
do Vitória, no Campeonato Brasileiro de 2014 e sim, consternação com a
desfiguração que passou o time desde o excelente campeonato de 2013 para este
amontoado sem brio, sem brilho, tomado por uma apatia de quem absorve só prá si
o complexo de 7 x 1 da Copa do Mundo 2014.
Preocupa os investimentos feitos pela diretoria
e o consequente endividamento do clube com o verdadeiro “pau de arara” de
jogadores contratados, a ponto de serem apresentados dois, três por dia sem que
não se conseguisse formar um time competitivo. Jogadores como Alemão e Josa, campeões paulista pelo
Ituano em 2013 e que eram disputados pelas grandes equipes paulistas e de
outros estados, vieram para o Vitória e o que se viu foi o tufão da mesmice e
da incapacidade envolvendo todos. Enquanto isso José Welisson é convocado para a seleção que se prepara para as Olimpíadas de 2016, no Rio, e a lógica do atraso permanece, não
serve como titular rubronegro, mas serve para a seleção olímpica.
A saída, ora a saída, o técnico Jorginho foi
demitido ontem a noite, lá mesmo em Curitiba, onde o time perdeu de 2 x 0 para
o lanterna da competição, muito embora a sua situação antes do jogo era praticamente
a mesma do último colocado. Domingo enfrenta o Figueirense, no Barradão,
que ontem venceu o Fluminense, um
dos líderes do Campeonato, o que
também não quer dizer muito coisa.
Foto: Barradão
Foto: Barradão
quarta-feira, 20 de agosto de 2014
Ecos da Copa do Mundo-2014
O Rio de
Janeiro foi a cidade em que o turista estrangeiro permaneceu mais tempo no Brasil, durante a Copa em uma média de 7,9 dias, segundo pesquisa do Ministério do Turismo em parceria com a
FIPE.
A capital fluminense também se destacou pela hospitalidade
com 96,8% de aprovação e alto índice de satisfação com a viagem, 83,2%, o que
gerou, como consequência, uma alta taxa de intenção de retorno, 95,2%. As
principais nacionalidades que visitaram o Rio
foram os argentinos, os norte-americanos e os ingleses, nesta ordem
Fonte:
Jorge Antonio Barros
Tava todo mundo lá
O jogo pela Supercopa da Espanha disputado ontem no Estádio Santiago Bernabéu entre o Real Madrid x Atlético de Madrid e que terminou empatado em 1 x 1,
em que pese a superioridade dos galáticos, foi um desfile de craques que aqui
estiveram por aqui na Copa do Mundo –
2014.
O mais poderoso time do mundo, o Real Madrid, talvez rivalizando com o Manchester United, apresentou ontem na
partida pela Supercopa uma
verdadeira seleção dos melhores do mundo, os que lá não estiveram e que são de
fato melhores em suas posições, não perdem por esperar, exceto Jô e Fred que podem esperar sentados, pois jamais vestirão o manto
branco do time espanhol.
Tava todo mundo lá. Cristiano Ronaldo (Portugal), Marcelo
(Brasil), Benzema (França), Di Maria (Argentina) James Rodriguez (Colômbia) Pepe (Portugal) Tony Kroos (Alemanha), Sergio
Ramos (Espanha) Casillas
(Espanha) além de Gareth Bale que é
do País de Gales e não disputou a Copa
do Mundo, mas faz parte da seleção do mundo. Depois de um jogo como aquele,
ter que encarar o Campeonato Brasileiro...
Foto: Estádio Santiago Bernabéu
terça-feira, 19 de agosto de 2014
Gigante gentil
A pretexto dos 70 anos de Chico Buarque, a Folha
estampou na primeira página da Ilustrada
uma matéria em que compara a sua produção atual com a dos anos de sucesso em
que quase foi uma unanimidade nacional e, descamba para uma linha de hostilidade
a sua pessoa encontrada nas redes sociais. Xingamentos, deméritos, preconceitos
que teriam sido dirigidos ao autor de Apesar
de você, me causou estranheza, mesmo que não frequente o Facebook ou o Twitter com regularidade de tantos, nunca encontrei qualquer dessas
referências desairosas ao grande artista.
Deve ter sido falta de assunto ou a busca
de uma linha condutora para seu texto previamente concebido como de constatação a
estas acusações dirigidas a Chico.
Nos números seguintes da Folha li na
seção de cartas dos leitores, vários deles afirmando que também nunca viram nas
redes socias qualquer grosseria ao compositor e que só o jornalista delirante
viu.
Já com relação a Erasmo li, se não insultos pelo menos brincadeiras decorrentes do
fato de ser um velho roqueiro, cara de mau, que ele próprio leu nas redes
sociais e serviu de mote para composições de seu novo disco Gigante gentil, título de um rock que faz
alusão a estas malediciências. "Mas quando dizem que o gigante é um morto-vivo/Perdido como um bicho sem carona no dilúvio/Me assusto com o olho podre que vê ele assim/Detonam o gigante e o estilhaço pega em mim". A composição abre o disco com guitarras raivosas e estridentes que parecem uma dura resposta aos
seus detratores, mas não, o “amigo do Rei”
simplesmente devolve as insinuações com o verso “mesmo hostil qualquer gigante
pode ser gentil”.
Foto: Erasmo
Foto: Erasmo
O tridente do âncora global
A postura supostamente independente de Bonner, igualmente agressivo com todos
os candidatos, faz parecer que as Organizações
Globo pairam sobre a política, que nunca apoiaram a ditadura militar, nem
tentaram “ganhar” eleições no grito. Que os irmãos Marinho não fazem politica diuturnamente, com lobistas em Brasília. Que os irmãos Marinho não tem lado, não fazem
escolhas e nem defendem com unhas e dentes, se preciso atropelando as leis, os
seus interesses. Como em “multa de 600 milhões de reais” por sonegar impostos
na compra dos direitos de televisão das Copas de 2002 e 2006.
A agressividade de Bonner também ajuda a mascarar onde se dá a verdadeira manipulação
da emissora, nos dias de hoje: na pauta e no direcionamento dos recursos de
investigação de que a Globo dispõe.
Exemplo: hoje mesmo, no Bom Dia
Brasil, uma dona-de-casa do interior de São Paulo explicava
como está fazendo para economizar água.
A emissora não teve a curiosidade de explicar
que a seca que afeta milhões no Estado
não é apenas um problema climático, resulta também de falta de investimentos do
governo de Geraldo Alckmin, que
beneficiou acionistas da Sabesp
quando deveria ter investido o dinheiro no aumento da capacidade de captação de
água. Uma pauta complicada, não é mesmo?
Texto: Luis Carlos Azenha
Foto: William Bonner
Cala a boca poeta!
Dunga disse à revista Época que Neymar só será craque se ganhar uma Copa. A julgar pela frase do treinador, Zico, Messi e Cristiano
Ronaldo não são craques.
Como diria Romário:
“calado ele é um poeta”.
Fonte: O Globo
Charge: Baptistão
Charge: Baptistão
Deplorável é pouco
A FIFA
divulgou a semana passada um relatório técnico sobre a Copa do Mundo – 2014 em que analisa o desempenho das seleções que
aqui estiveram e classifica a performance de nossa seleção como deplorável. Vi
uma colocação do André Rizek da Sportv chamando a atenção de que o
termo “deplorável” em espanhol, como o documento foi apresentado, tem um
significado diferente do português, não como forma de defesa, mas talvez como
uma questão semântica, que creio não ser uma mera questão de significado. Tanto
faz em português como sânscrito ou javanês, deplorável será sempre algo pobre,
vergonhoso, lastimável o que foi mesmo a atuação de nossa seleção cujo 7 x 1 é o coroamento da baboseira “filipona”,
com Fred entre outras nulidades.
O campeonato brasileiro deste ano é o retrato
deste futebol deplorável que praticamos, em que um dos candidatos ao título,
jogando em casa empata com um assíduo frequentador do Z4. Ou faz com que um elogiado tricolor de repente tropece em uma
zebra nordestina em pleno Maracanã, pela
Copa do Brasil, com direito a goleada
humilhante e, na partida seguinte, já pelo Brasileiro
perde para outro frequentador do Z4
com meses de salários atrasados. Se bem que naquela partida os ganhadores tenham
entrado em campo com um dos meses pagos o que deve ter motivado a equipe para a
vitória. Deplorável é pouco. E na ranking da FIFA a seleção brasileira ainda ocupa o 7° lugar, parece provocação!
Foto: Ilustrativa
segunda-feira, 18 de agosto de 2014
O ouro e a madeira
Uma das marcas do Canal Brasil é a frequência com que repete documentários e filmes
nacionais, razão de sua origem, não a repetição, mas a exibição de obras de
cineastas brasileiros que nem sempre são acolhidas pelo grande circuito
comercial, mas a pobreza do acervo é evidente. Numa destas “mais do mesmo” revi
o documentário Batatinha – O poeta do
samba, emocionado como primeira vez, pois conheci Batatinha e frequentei o seu bar, o Toalha da saudade, na Ladeira
dos Aflitos, onde se reunia os mais expressivos nomes do Samba da Bahia e a nossa turma da Escola de Economia, após as aulas de
sexta feira à noite.
O documentário me trouxe a lembrança outro
grande sambista baiano, Ederaldo Gentil,
que participa em rodas de samba no filme, falecido precocemente, e autor de um
dos sambas mais bonitos de todo o gênero que é O ouro e a madeira de versos precisos como “o ouro afunda no
mar/madeira fica por cima/ostra nasce no lodo/gerando pérolas finas”.
Sem que ninguém soubesse Ederaldo abandonou o samba e se refugiou em casa, sofrendo de “sindrôme
do pânico” aonde veio falecer em consequencia de outros problemas de saúde que
a sua reclusão, própria da doença, só fez desenvolver. Uma sua irmã Denise Gentil trabalhava no Colégio Frederico Costa, na Vila Laura, onde morávamos e sempre nos
dava notícias do estado sempre crítico do mano sambista e compositor. Ederaldo faleceu em 31 de março de 2012,
deixando mais de 200 composições gravadas entre outros por Elza Soares, Beth Carvalho, João Nogueira, além dele mesmo.
Foto: Ederaldo Gentil
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