domingo, 31 de agosto de 2014

De outro mundo ...


Charge: Amarildo

Pro dia nascer feliz

Tempo de silêncio e solidão diante de mais uma experiência que talvez nos vejamos submetidos neste período eleitoral. Os pregadores do reino, os vendilhões dos templos anunciam uma nova era, embalada por velhos papéis, as mesmas práticas, outros atores para o script conhecido. Talvez esteja velho o suficiente para tanta descrença, tomado por um desânimo de quem vê cenas de um filme cujo final ninguém quer mais saber. 

A novidade, o espanto que possa causar a banqueira de braços dados com a seringueira, “cara de fome”, conforme Rita Lee, induz para a utopia, enfim, do capital e trabalho para o bem geral da nação, mas que se dissipa ao invadir a boca de cena e constatar que os bastidores fedem tanto como restos de feira em salões aristocráticos do que sobrou da burguesia paulista ou do coronelismo nordestino. Não há saída.

Gostaria de desfraldar bandeiras, gritar palavras de ordem, acreditar, outra vez, que “amanhã vai ser outro dia” e correr da polícia em passeatas de contestação como já foi possível crer, mas estou velho e cansado para novas aventuras, tarefa que os moços parecem não se dar conta do momento que se vive e, tudo não passa de arroubos de torcida de futebol nas postagens do facebook. É pouco, grande é a deusa música que nas acalenta, nos consola e apesar de tudo nos faz acreditar que sonhar é preciso, mesmo que seja um sonho impossível.

Canción por la unidad latinoamerica – Chico e Milton Nascimento
Porta estandarte – Zizi Possi
Opinião - Nara Leão
Gente – Caetano
A lua e eu – Nana Caymmi
Ideologia – Cazuza
Coração valente – Clara Nunes
A terra é dos homens – Erasmo Carlos
Palhaço – Céu
O sal da terra – Beto Guedes

Foto: Nara Leão


sábado, 30 de agosto de 2014

Marinamania - Pelos cabelos

O marketing de Marina exagerou na despolitização nas redes sociais. A campanha pediu, no Facebook, que os eleitores publiquem fotos com o cabelo preso em coque para demonstrar apoio à candidata.

“O penteado usado por Marina é o look preferido de muita gente”, diz a publicação do comitê. Alguns eleitores reclamaram. “Cadê as propostas?”, questionou a goiana Sara Andrade. A reclamação foi apoiada por outros 200 internautas.

Fonte: Painel - Folha
Foto: Marina Silva

Criança diz cada uma!

Há alguns anos, um professor colombiano fez uma brincadeira com seus alunos: pediu que eles dissessem o significado de determinadas palavras. O resultado foi tão surpreendente que rodou o mundo e outros educadores repetiram a experiência. Eles sabem muito... Guarde essas definições:

Adulto: Pessoa que em toda coisa que fala, fala primeiro de si.
Céu: De onde sai o dia.
Violência: Parte ruim da Paz.
Paz: Quando a pessoa se perdoa.
Agasalho: É a roupa que a mamãe põe em mim quando ela está com frio.
Amor: É o que faz você sorrir quando está cansado.
Amor: É quando a mamãe dá ao papai o melhor pedaço do frango.

Fonte: Almanaque de Bordo - ABRATI

Sabe gente, é tanta coisa prá gente saber ...

Entre as canções antológicas de Gil, está a bela e reflexiva Preciso aprender a só ser, que foi originalmente lançada em 1973 no formato de compacto simples, que para as novas gerações era um disco com duas músicas e irmão siamês do compacto duplo que continha quatro canções. Tempos depois a canção integraria seu disco Gil - Luminoso com regravações de várias composições suas, tendo apenas a companhia de seu violão. Um dos momentos brilhantes da carreira de Gil.

Preciso aprender a só ser é uma espécie de acerto de contas com seu tempo, sua vida, seu comportamento diante das coisas que são e, onde ele subverte um verso de um samba-canção de Marcos e Paulo Sérgio Valle, a romântica Preciso aprender a ser só que ganha outro significado, outra leitura, uma nova dimensão na busca de um “eu” pleno com “eu preciso aprender a só ser”. Bonito de se ouvir

Vídeo: Youtube (Eu preciso aprender a só ser - Gil)

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Só tem bicha nesta cidade?

A cena aconteceu no Largo do Machado – Rio. Um senhor se recusou a ser atendido por um funcionário transsexual. No que o gerente, gay, pôs as mãos na cintura e disse: “Homofobia é crime”.

A polícia foi chamada e, para surpresa do senhor, o PM também era homosessexual. “Só tem bicha nessa cidade?”, soltou. O homem acabou sendo levado à 10ª Delegacia de Polícia, em Botafogo, onde foi autuado por desacato à autoridade e crime de homofobia.

Foto: Ilustrativa

De vermelho vive o coração

Mais uma demonstração de racismo nos campos de futebol, desta vez por parte de uma torcedora do Grêmio contra o goleiro Aranha, do Santos na partida que estes clubes disputaram, nesta quinta feira, pela Copa do Brasil. Foi mais um triste gesto desta arrogância branca que nos envergonha dentro e fora dos estádios, mostrando que a convivência social entre esportistas é ainda uma miragem, cujo alcance só será possível com a quebra de barreiras preconceituosas que parecem intransponíveis. Mas, não são. O silêncio e a omissão sim são comportamentos que em nada contribuem para dizimar esta chaga social, mas aí está o Ministério Público, o estatauto do torcedor, a delegacia de policia, a Lei Afonso Arinos, a imprensa, o que estiver ao alcance como meio de intimidar e coibir estas práticas desumanas.  

O aparato tecnológico que a maioria dos estádios já conta, deve estar sempre disponível para a identificação do agressor, cujo banimento dos estádios talvez fosse a pena merecida, quando não uma retratação pública ao agredido. As imagens do estádio do Grêmio, em Porto Alegre, mostra com clareza através da leitura labial a torcedora pronunciando a palavra “macaco”, em direção ao atleta santista.

Do mesmo modo que os “inocentes” esbarrões de atletas, até o momento corintianos (tinha que ser), contra árbitros, derrubando-os como se fosse algo acidental, o afã do lance, do jogo e que não são como demonstram as imagens que flagraram os jogadores Petros e Guerreiro em jogos recentes pelo Campeonato Brasileiro, agredindo os juizes daquelas partidas. Na última partida é visivel a concordância do técnico Mano Menezes com a atitude de seu atleta, aplaudindo a agressão de Guerreiro ao juiz. Aliás, estes treinadores gaúchos são didáticos nos maus exemplos de antipatia, deselegância, grosseria, falta de educação. Outra praga do futebol brasileiro.

Foto: Aranha (Santos)

Prisão domiciliar

De Zeca Pagodinho, no programa “Alegria ao meio dia”, da Rádio Globo.
- Moro num prédio de 27 andares na Barra da Tijuca e só conheço duas pessoas. Em Xérem conheço todo mundo, inclusive a galera 171.

Zeca deveria receber o titulo de doutor “honoris causa” em Ciências Sociais.

Fonte: Anselmo Gois
Foto: Ilustrativa

Cine Holliúdy

Na premiação do Cinema Brasileiro deste ano, ocorrida terça feria dia 26 de agosto, foi criada uma nova categoria a ser contemplada, a comédia, que sempre foi uma vertente do nosso cinema, desde as chanchadas da Atlântida e, um modo também de homenagear artistas maravilhosos, como Grande Otelo, Oscarito, Zé Trindade, Ankito, Anila Leoni, Eliana, Costinha, Dercy Gonçalves, toda esta gente genial que povoou o nosso imaginário infanto/juvenil. 

E prá iniciar a escolha do mais novo felizardo, nada melhor que entregar o troféu a Cine Holliúdy, do diretor Helder Gomes, esta invocada produção cearense que tem como tema o próprio cinema, o amor a tela, as imagens, a busca do riso, a corrida pelo sonho de não deixar o escurinho do cinema morrer.
Vi Cine Holliúdy recentemente no Canal Brasil, devido a sua rápida passagem pelas telas de Salvador no circuito comercial, mas valeu o tempo de espera e o contato com este dialeto meio doido que é a linguagem do “cearencês” falada em todo o filme. Para os desavisados, sem contato com o modo de falar do cearense, não iria entender nada ou sentiria dificuldade em acompanhar a rapidez daqueles diálogos, então a saída foi a legenda que acompanha todas as cenas.

Pode lembrar o tocante Cinema Paradiso, embora Cine Holliúdy mesmo devotando sua paixão ao cinema, o seu protagonista Francisgleydisson (Edmilson Filho) um admirador das artes marciais, alem da sobrevivência do cinema busca mesmo o riso, o entretenimento e, para isto não tem o menor pudor em fazer piadas com religião, deficientes físicos, gays e muita cafonice expressa nas cores, nas roupas, na trilha sonora. Um filme do Ceará para o mundo, com muitas tesouras voadoras “na pleura”.

Fotos: Cine Holliúdy

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

A nossa cara ...



Foto: Exemplares da Casseta Popular (anos 70)

Socialismo de butique

No final do debate da BAND, o ex-deputado do PT, Mauricio Rands, que hoje coordena o programa de governo presidencial do PSB, da candidata Marina Silva, esbarrou com a candidata Luciana Genro (PSOL), também ex-petista.

- Sexta feira apresentamos nosso programa. Está muito bom, você vai gostar – provocou.
- Gostar? Com autonomia do BC, tripé macroeconômico? Contra o aborto e    a maconha? – devolveu a ex-deputada.
- Não vai ter isso, não... – desconversou Rands.
- Pode até não estar escrito, mas estará implícito! – esbravejou a candidata do PSOL.

Fonte: Painel-Folha
Caricatura: Baptistão

Durma-se com um barulho desses

O candidato ao governo do Distrito Federal, aquele da violação do painel do Senado juntamente com ACM, pelo PR, José Roberto Arruda, teve a sua candidatura impugnada pelo Supremo Tribunal Federal, com base na Lei da Ficha Limpa, no caso dele, suja, mas continua fagueiro utilizando o horário eleitoral para vender seu peixe, podre. 

Mesmo condenado, inelegível e impedido o candidato ainda pode apresentar dois recursos junto ao TSE e um ao STF, cujos julgamentos quando vierem ocorrer, o ficha suja já ganhou a eleição, já foi empossado e está em fim de mandato. E aí, já que tá no fim, deixa. É possível fazer um país assim? Talvez, Marina esteja aí prá isso mesmo, prá justificar o impossível, o improvável, o “que não tem conserto nem nunca terá”.

A condenação se deu quase por unanimidade pelos ministros do Tribunal Superior Eleitoral – TSE, exceto pelo voto contrário do Ministro Gilmar Mendes que subiu nas tamancas, rodou a toga, esbravejou, chamou de julgamento nazista e estendeu uma desqualificação geral aos seus colegas do tribunal, um arerê. Por que será?

Foto: TSE

Xepa de feira

A eliminação melancólica de nossa seleção de futebol na Copa do Mundo realizada aqui, a estrutura amadora, naquilo que o amadorismo tem de pior, de nossos clubes em que alguns apresentam estado pré-falimentar, com dívidas trabalhistas, previdenciárias e fiscais impagáveis, parecem que não são suficientes para colocá-los frente a uma realidade cada vez mais asfixiante.

Quando não são os clubes, são as ervas daninhas dos agentes e empresários de jogadores, pedindo para as suas mercadorias, preços e salários incompatíveis com as qualidades do que é oferecido e, que dirigentes irresponsáveis acabam sucumbindo à tentação de ter em suas equipes jogadores e baladeiros decadentes e em fim de carreira como Ronaldinho Gaúcho, por exemplo. 

Por pouco, o Palmeiras não caiu na teia do irmão e empresário deste jogador, que pedia R$600 mil reais de salários além de vantagens outras que seriam estipuladas em contrato. Anteriormente, mas na mesma linha, o goleiro do Fluminense, que um dia foi o terceiro reserva de nossa seleção, Diego Cavalieri, pedia ao seu clube R$500 mil reais mensais para a renovação de contrato e, que o clube de modo prudente recusou.

Essa gente e seus clubes tem que por os pés no chão, já que a bola anda muito distantes deles, e perceber que para o futebolzinho mambembe que se pratica por aqui, salários de 20 a 40 mil reais estão mais que de bom tamanho. Quanto aos carrões, os apartamentos na Barra da Tijuca, as joias, as roupas de grifes italianas e francesas, basta a compreensão de que foram mimos de um tempo que passou e de um futebol que nunca mais se jogou por aqui, como exemplificam atletas como Zico, Romário, Bebeto, Raí, Leonardo, Cafu e tantos mais. 

Caricatura: Dan

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Os sujismundos eleitorais

As avenidas e praças de Salvador, como de qualquer cidade brasileira foram invadidas por esta praga dos caveletes com propaganda de políticos, levando risco a população desprotegida. Nesta época de chuvas e ventos próprios do inverno, um trambolho daqueles pode ser atirado contra um passante ou mesmo contra um carro, causando prejuízos previsíveis. Os canteiros verdes das avenidas de vale como Bonocô, ACM, Vasco da Gama, Centenário, Garibaldi além das praças são os alvos preferenciais da poluição visual e política que emporcalha a cidade com a inutilidade de suas mensagens, seus apelos.

O Jornal Metrópole desta semana questionou os candidatos ao governo e ao senado pelo estado, quanto a prática da utilização deste meio de propaganda eleitoral. Mas, todos eles fizeram cara de paisagem, dizendo desconhcer a lesgislação urbana neste sentido, ou que se todos faziam ele não iria deixar de fazer, embora reconhecesse o perigo que os tais cavaletes poderiam causar. Enquanto eles poluem a cidade a população reage como pode através de campanhas bem humoradas como a que um grupo sugere e estimula a derrubada de um cavalete por dia. Se a população resolve aderir e partir pra cima, vai faltar cavalete na praça e aumentar o trabalho da Limpurb 

Foto: Ilustrativa

Quem nada tinha a perder, ganhou

Montagem: Twitter

Chico Mendes, os ianomâmis somos todos elite

Devo ter acertado na opção, ao ficar no Canal Brasil assistindo a 13ª Premiação do Cinema Brasileiro em 2014, que elegeu o Faroeste Caboclo como o melhor filme, e o baiano Fabrício Boliveira como o melhor ator. Além de Bruno Barreto como melhor diretor por Flores Raras e a melhor atriz para Glória Pires pela contida e convincente atuação neste filme, que trata de um amor homosexual entre a arquiteta Lota de Macedo Soares e a poetisa americana Elizabeth Bishop, nos anos 50 e 60, no Rio.

Já que do debate da Band, pelo que li, fui poupado de ouvir sandices como a disparada por Marina Silva de que Chico Mendes tamém era elite. Foi a saída que ela encontrou ao ser posta contra a parede pela lembrança de que o braço direito e financeiro de sua campanha tenha a consoltoria da Sra Neca Setúbal, dona do Banco Itaú e, do candidato a vice em sua chapa, o empresário e dono da Natura, o Sr Guilherme Leal. Cala a boca Marina!

Fotomontagem: Portal Forum

Vou-me embora prá Pasárgada...

(Fragmentos)

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcaloide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar


E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.

Poesia: Manoel Bandeira

Tempo, tempo, tempo, tempo

Assim como o MPB-4 que foi se desfigurando com o passar do tempo, desde a saída de Ruy e a morte de Magro, agora é o Quarteto em Cy com quem o grupo de Niterói mantinha não apenas identificações musicais, mas também afetivas, que desde a saída de Cylene, agora perde Cybele mais uma das irmãs de Ibirataia – Bahia. O Quarteto em Cy esteve presente nos mais importantes momentos da música brasileira, e este ano completou 50 anos de atividades desde a sua chegada ao Rio e apadrinhadas que foram por Vinicius de Moraes em carreira sempre ascendente.

Com o MPB-4 gravaram participações recíprocas em discos individuais e coletivos, como o Cobra de vidro que além de disco virou espetáculo musical que assisti emocionado no Teatro Castro Alves, em 1978, a versão “a capella” de Because (Lennon e McCartney), a politizada canção de Violeta Parra, Me gustan lós estudientes e músicas de Chico, Milton Gil, Dori Caymmi e Heitor Vila-Lobos numa demonstração da qualidade do repertório que sempre foi marca dos dois grupos.

Cybele que nos deixou há uma semana, e num dos momentos em que se afastou do Quarteto para formar dupla com Cynara foi involuntariamente protagonista de um dos momentos mais tristes e vergonhosos da música brasileira. Elas defendiam a canção de Chico Buarque e Tom Jobim no Festival Internacional da Canção, em 1968, a bela Sabiá que ganharia a etapa nacional e defenderia o Brasil na competição internacional. Diante de um Maracanãzinho inquieto, barulhento e, que já tinha escolhido por razões políticas a canção de Vandré, Prá não dizer que não falei de flores como a preferida, reagiu de modo apaixonado, em vaia ensurdecedora contra elas e seus compositores constrangidos e perplexos com aquele rasgo de incivilidade.
Todos, eu inclusive, tomados por um esquerdismo juvenil, víamos na canção de Vandré a reencarnação de nossa Marselhesa, hino com que derrubaríamos a ditadura militar, nos deixando cegos para a beleza da canção de exílio que era Sabiá, constatação que só o tempo, a serenidade nos tararia anos depois. “Sei que o amor existe/não sou mais triste/e a nova vida já vai chegar/e a solidão vai se acabar”. Cybele, descanse em paz.

Fotos: Ilustrativas

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Demorou, mas chegou!

Enfim a modernidade chegou ao Teatro Castro Alves com a liberação da compra de ingressos online, ou por telefone já a partir do próximo mês, conforme contrato assinado com a empresa prestadora de serviços Compreingressos.com. No site poderá ser escolhido o espetáculo, assento, e o pagamento através cartão ou débito em conta. 

O ingresso poderá ser impresso e o espectador ter acesso direto ao Teatro, sem ter que passar antes na bilheteria converncional para uma possível troca de ingresso. Esta comidade terá um custo de um percentual sobre o ingresso, mas creio ser compensador nos livrarmos de bilheteria e da sanha infame de cambistas. 

Sei o que é esperar a abertura da bilheteria em uma longa fila e quando chegar a minha vez de ser atendido, ouvir que os ingressos estão esgotados. No dia seguinte passar pela porta do Teatro e presenciar dois ou três cambistas com volumes revoltantes dos tais ingressos esgotados. Uma indecência que a própria diretoria tinha e tem conhecimento, mas que era omissa ou que nada podia fazer, já que era um caso de policia. Ora! É possivel que a praga dos cambistas não seja extirpada, mas deve amenizar a sua ação deletéria, espero. 

Foto: Teatro Castro Alves

Quando o sol se põe vem o Farol...

A ausência de bandas de pagode e axé no show de inauguração da Nova Orla da Barra revestiu o acontecimento em uma noite de boa música e de um ambiente familiar que se espalhou por toda a área do Farol em frente ao palco. Circulava-se civilizadamente pelo calçadão da orla, sem o desconforto de atropelos, galeras e bondes. 

É preconceito, possivelmente sim, mas não se tomando ao pé da letra o significado da palavra quanto a sua origem etimológica que diz de um conceito anterior ao conhecimento do fato, algo preconcebido. Não é o caso. Conheço o axé e lamentavelmente o pagode baiano e sei de tudo que move esta gente, prá quem a música é mero pretexto para explicitar suas deformações familiares e sociais e ganhar alguns trocados, no caso do pagode, isto é claro como a luz da lua.

Mas, não vou perder tempo com estas considerações imerecidas, pois o que interessa mesmo foi que o rolou no palco em uma longa lista de artistas, deixando para cada um pouco mais de três ou quatro músicas apresentadas, para que o tempo do show não se alongasse além do previsto. E assim Márcia Short, Mariene de Castro iniciaram suas participações e foram sucedidas por Vânia Abreu, Armandinho, Antonio Carlos e Jocafi e Baby Consuelo, aliás, Baby do Brasil que esquentou a plateia com Telúrica, Por do som, Brasileirinho. 

A seguir foi a vez de Fafá de Belém em rápida apresentação, mas o suficiente para lembrar o seu inicio de carreira com Filho da Bahia, de Waltinho Queiroz e juntos no melhor estilo do que já foi o Carnaval de Salvador, encerrarem cantando Chame gente. A nova Barra iluminada e bonita mereceu a homenagem.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Ninguem merece...


Charge: Cau Gomez

A inauguração da Nova Orla - Barra

 Com grande programação cultural e esportiva será inaugurada, nesta sexta feira, dia 22, a primeira etapa da Nova Orla da Barra, parques infantis, feiras gastronômicas, de artesanato, caminhadas, passeio ciclístico e shows, muitos shows com uma variedade musical distante do axé e do pagode.
O pôr do sol, desta sexta feira, terá a companhia do show “Todos cantam Salvador” com atrações como a banda do JAM no MAM, que tem seu público cativo aos sábados na área aberta do Solar do Unhão, que abrirá as apresentações dos artistas Márcia Short, Antonio Carlos e Jocafi, Baby do Brasil, Fafá de Belém, Armandinho, Gerônimo e Vãnia Abreu.
A tradicional feira gastronômica do Porto em frente a Nova Praça onde está situado o Instituto Mauá voltará depois de várias semanas sem funcionamento em razão das obras no local e a novidade da Feira de Artesanato que se instalará em Frente ao Farol. É festa prá todo lado, até domingo e, lá estaremos.

Fotos: Nova Orla - Barra

A Série B põe seus olhos grandes sobre nós

Não há qualquer contestação diante da campanha medíocre do Vitória, no Campeonato Brasileiro de 2014 e sim, consternação com a desfiguração que passou o time desde o excelente campeonato de 2013 para este amontoado sem brio, sem brilho, tomado por uma apatia de quem absorve só prá si o complexo de 7 x 1 da Copa do Mundo 2014.

Preocupa os investimentos feitos pela diretoria e o consequente endividamento do clube com o verdadeiro “pau de arara” de jogadores contratados, a ponto de serem apresentados dois, três por dia sem que não se conseguisse formar um time competitivo. Jogadores como Alemão e Josa, campeões paulista pelo Ituano em 2013 e que eram disputados pelas grandes equipes paulistas e de outros estados, vieram para o Vitória e o que se viu foi o tufão da mesmice e da incapacidade envolvendo todos. Enquanto isso José Welisson é convocado para a seleção que se prepara para as Olimpíadas de 2016, no Rio, e a lógica do atraso permanece, não serve como titular rubronegro, mas serve para a seleção olímpica.

A saída, ora a saída, o técnico Jorginho foi demitido ontem a noite, lá mesmo em Curitiba, onde o time perdeu de 2 x 0 para o lanterna da competição, muito embora a sua situação antes do jogo era praticamente a mesma do último colocado. Domingo enfrenta o Figueirense, no Barradão, que ontem venceu o Fluminense, um dos líderes do Campeonato, o que também não quer dizer muito coisa.

Foto: Barradão

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Ecos da Copa do Mundo-2014

O Rio de Janeiro foi a cidade em que o turista estrangeiro permaneceu mais tempo no Brasil, durante a Copa em uma média de 7,9 dias, segundo pesquisa do Ministério do Turismo em parceria com a FIPE.

A capital fluminense também se destacou pela hospitalidade com 96,8% de aprovação e alto índice de satisfação com a viagem, 83,2%, o que gerou, como consequência, uma alta taxa de intenção de retorno, 95,2%. As principais nacionalidades que visitaram o Rio foram os argentinos, os norte-americanos e os ingleses, nesta ordem

Fonte: Jorge Antonio Barros

Tava todo mundo lá

O jogo pela Supercopa da Espanha disputado ontem no Estádio Santiago Bernabéu entre o Real Madrid x Atlético de Madrid e que terminou empatado em 1 x 1, em que pese a superioridade dos galáticos, foi um desfile de craques que aqui estiveram por aqui na Copa do Mundo – 2014.

O mais poderoso time do mundo, o Real Madrid, talvez rivalizando com o Manchester United, apresentou ontem na partida pela Supercopa uma verdadeira seleção dos melhores do mundo, os que lá não estiveram e que são de fato melhores em suas posições, não perdem por esperar, exceto e Fred que podem esperar sentados, pois jamais vestirão o manto branco do time espanhol. 

Tava todo mundo lá. Cristiano Ronaldo (Portugal), Marcelo (Brasil), Benzema (França), Di Maria (Argentina) James Rodriguez (Colômbia) Pepe (Portugal) Tony Kroos (Alemanha), Sergio Ramos (Espanha) Casillas (Espanha) além de Gareth Bale que é do País de Gales e não disputou a Copa do Mundo, mas faz parte da seleção do mundo. Depois de um jogo como aquele, ter que encarar o Campeonato Brasileiro...

Foto: Estádio Santiago Bernabéu

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Gigante gentil

A pretexto dos 70 anos de Chico Buarque, a Folha estampou na primeira página da Ilustrada uma matéria em que compara a sua produção atual com a dos anos de sucesso em que quase foi uma unanimidade nacional e, descamba para uma linha de hostilidade a sua pessoa encontrada nas redes sociais. Xingamentos, deméritos, preconceitos que teriam sido dirigidos ao autor de Apesar de você, me causou estranheza, mesmo que não frequente o Facebook ou o Twitter com regularidade de tantos, nunca encontrei qualquer dessas referências desairosas ao grande artista. 

Deve ter sido falta de assunto ou a busca de uma linha condutora para seu texto previamente concebido como de constatação a estas acusações dirigidas a Chico. Nos números seguintes da Folha li na seção de cartas dos leitores, vários deles afirmando que também nunca viram nas redes socias qualquer grosseria ao compositor e que só o jornalista delirante viu.

Já com relação a Erasmo li, se não insultos pelo menos brincadeiras decorrentes do fato de ser um velho roqueiro, cara de mau, que ele próprio leu nas redes sociais e serviu de mote para composições de seu novo disco Gigante gentil, título de um rock que faz alusão a estas malediciências. "Mas quando dizem que o gigante é um morto-vivo/Perdido como um bicho sem carona no dilúvio/Me assusto com o olho podre que vê ele assim/Detonam o gigante e o estilhaço pega em mim". A composição abre o disco com guitarras raivosas e estridentes que parecem uma dura resposta aos seus detratores, mas não, o “amigo do Rei” simplesmente devolve as insinuações com o verso “mesmo hostil qualquer gigante pode ser gentil”.

Foto: Erasmo

O tridente do âncora global

A postura supostamente independente de Bonner, igualmente agressivo com todos os candidatos, faz parecer que as Organizações Globo pairam sobre a política, que nunca apoiaram a ditadura militar, nem tentaram “ganhar” eleições no grito. Que os irmãos Marinho não fazem politica diuturnamente, com lobistas em Brasília. Que os irmãos Marinho não tem lado, não fazem escolhas e nem defendem com unhas e dentes, se preciso atropelando as leis, os seus interesses. Como em “multa de 600 milhões de reais” por sonegar impostos na compra dos direitos de televisão das Copas de 2002 e 2006.

A agressividade de Bonner também ajuda a mascarar onde se dá a verdadeira manipulação da emissora, nos dias de hoje: na pauta e no direcionamento dos recursos de investigação de que a Globo dispõe. Exemplo: hoje mesmo, no Bom Dia Brasil, uma dona-de-casa do interior de São Paulo explicava como está fazendo para economizar água.

A emissora não teve a curiosidade de explicar que a seca que afeta milhões no Estado não é apenas um problema climático, resulta também de falta de investimentos do governo de Geraldo Alckmin, que beneficiou acionistas da Sabesp quando deveria ter investido o dinheiro no aumento da capacidade de captação de água. Uma pauta complicada, não é mesmo?

Texto: Luis Carlos Azenha
Foto: William Bonner

Cala a boca poeta!

Dunga disse à revista Época que Neymar só será craque se ganhar uma Copa. A julgar pela frase do treinador, Zico, Messi e Cristiano Ronaldo não são craques.

Como diria Romário: “calado ele é um poeta”.

Fonte: O Globo
Charge: Baptistão

Deplorável é pouco

A FIFA divulgou a semana passada um relatório técnico sobre a Copa do Mundo – 2014 em que analisa o desempenho das seleções que aqui estiveram e classifica a performance de nossa seleção como deplorável. Vi uma colocação do André Rizek da Sportv chamando a atenção de que o termo “deplorável” em espanhol, como o documento foi apresentado, tem um significado diferente do português, não como forma de defesa, mas talvez como uma questão semântica, que creio não ser uma mera questão de significado. Tanto faz em português como sânscrito ou javanês, deplorável será sempre algo pobre, vergonhoso, lastimável o que foi mesmo a atuação de nossa seleção cujo 7 x 1 é o coroamento da baboseira “filipona”, com Fred entre outras nulidades.

O campeonato brasileiro deste ano é o retrato deste futebol deplorável que praticamos, em que um dos candidatos ao título, jogando em casa empata com um assíduo frequentador do Z4. Ou faz com que um elogiado tricolor de repente tropece em uma zebra nordestina em pleno Maracanã, pela Copa do Brasil, com direito a goleada humilhante e, na partida seguinte, já pelo Brasileiro perde para outro frequentador do Z4 com meses de salários atrasados. Se bem que naquela partida os ganhadores tenham entrado em campo com um dos meses pagos o que deve ter motivado a equipe para a vitória. Deplorável é pouco. E na ranking da FIFA a seleção brasileira ainda ocupa o 7° lugar, parece provocação!

Foto: Ilustrativa

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

O ouro e a madeira

Uma das marcas do Canal Brasil é a frequência com que repete documentários e filmes nacionais, razão de sua origem, não a repetição, mas a exibição de obras de cineastas brasileiros que nem sempre são acolhidas pelo grande circuito comercial, mas a pobreza do acervo é evidente. Numa destas “mais do mesmo” revi o documentário Batatinha – O poeta do samba, emocionado como primeira vez, pois conheci Batatinha e frequentei o seu bar, o Toalha da saudade, na Ladeira dos Aflitos, onde se reunia os mais expressivos nomes do Samba da Bahia e a nossa turma da Escola de Economia, após as aulas de sexta feira à noite.

O documentário me trouxe a lembrança outro grande sambista baiano, Ederaldo Gentil, que participa em rodas de samba no filme, falecido precocemente, e autor de um dos sambas mais bonitos de todo o gênero que é O ouro e a madeira de versos precisos como “o ouro afunda no mar/madeira fica por cima/ostra nasce no lodo/gerando pérolas finas”.

Sem que ninguém soubesse Ederaldo abandonou o samba e se refugiou em casa, sofrendo de “sindrôme do pânico” aonde veio falecer em consequencia de outros problemas de saúde que a sua reclusão, própria da doença, só fez desenvolver. Uma sua irmã Denise Gentil trabalhava no Colégio Frederico Costa, na Vila Laura, onde morávamos e sempre nos dava notícias do estado sempre crítico do mano sambista e compositor. Ederaldo faleceu em 31 de março de 2012, deixando mais de 200 composições gravadas entre outros por Elza Soares, Beth Carvalho, João Nogueira, além dele mesmo.

Foto: Ederaldo Gentil