Guardando o mundo em si

Caetano deixou as páginas dominicais de O Globo, passando o bastão para o jornalista Fernando Gabeira, após 03 anos frequentando as páginas do Segundo Caderno. Foram momentos de agradável prosa e também turbulências conceituais, como no caso das biografias não autorizadas em que deu a cara a tapa à grande mídia, correndo em defesa de seus colegas também apedrejados, não sem razão. 

Caetano tem uma grande capacidade de teorizar e ao mesmo tempo de criar polêmicas, desagradar, visto o seu jeito camaleônico de ser, habitual escalador de muros, de indefinições, mas sempre brilhante, até mesmo quando não se concorda com ele.

Hoje, ao completar 72 anos, o saldo de sua trajetória como artista na música popular brasileira é inigualável, pela coragem, pelo novo, pela eterna juventude, pela poesia, por ter entrado, juntamente com Gil, “em todas as estruturas e ter saído de todas”, como disse naqueles convulsionados anos 60. Parabéns e longa vida! 

Foto: Caetano