Na semana que passou subimos mais alguns
degraus, se não na vida, pelo menos na moradia, passamos do 3º para o 7º andar
do nosso mesmo prédio, por uma questão de segurança e bem estar e, pudemos mais
uma vez vivenciar o que é ter este estranho desejo de posse e acumúlo de
quinquilharias, trastes e tralhas como parte de nossas vidas.
Foram LPs demais, hoje são bem poucos, já que
muitos se perderam desde a última mudança; muitos CDs, DVDs, boa parte adquiridos no mercado informal, que serão
expurgados até a minha próxima volta prá casa; livros demais que farei o
possível para preservar, mesmo que o único lugar que lhes restem seja embaixo
da cama. Uma riqueza fugidia, como toda, assim como são as heranças de
banqueiros, empresários da comunicação, estelionatários, corruptos em geral,
mesmo que nada nos una, nos identifique.
As canções que se foram com os discos perdidos
ficarão indeléveis em minha memória, até que o Alzheimer chegue passando o rodo, levando-as de mim para nunca
mais, como tudo:
Quanta – Gil e Milton Nascimento
Senhorinha – Mônica Salmaso
13 de Maio – Caetano
Ali, sim Alice – Thaís Gulin
2 perdidos – Filipe Catto
Tudo se transformou – Zizi Possi
Escadas da Penha – João Bosco
Pode se animar – Bruna Karam
Alexia – Skank
Como dizia o mestre – Fernanda Takai
Foto: Bruna Karam
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