sexta-feira, 15 de agosto de 2014

O dândi de Minas

A credibilidade do jornalismo da TV Globo tem sofrido abalos nos últimos tempos, cujos índices decrescentes de sua audiência confirmam o descrédito, quando não o deboche, com que é tratado o que ali se propaga, em que pese a qualidade de seus papagaios, quer dizer jornalistas, e da embalagem sedutora e de inconteste beleza plástica dos bagulhos que vendem. Bonitinha, mas ordinária.

Mas, vez por outra, até para o espanto do mundo mineral, parece acordar dos escandalozinhos de cabaré, das fofocas e futricas da “cloaca veja”, das acusações aos desafetos e resolve fazer jornalismo, desses investigativos, que buscam a fonte ao invés de fazer ilações, deduções e distorções e sem o uso do futuro do pretérito. Para surpresa de todos aqueles que veem e pensam de modo crítico o jornalismo global, nesta segunda feira o carro chefe de seu noticiário, o Jornal Nacional, levou para a sua bancada, em uma entrevista de 15 minutos, o dândi de Minas, o candidato da mídia corporativista e golpista, o Senador Aécio Neves, do PSDB.

A sabatina ao tucano foi onde deveria ir, ao fundo de todas as questões nebulosas que envolvem a sua figura política, seu comportamento mundano, para dizer o mínimo do que se diz, enfim não ficou pedra sobre pedra. Sua atuação foi aquela esperada; frases feitas, clichês de comprometimento social, economês de Míriam Leitão, modernidade de bares do Leblon, quando não a indefinição, a falta de clareza, o espanto, como se dissesse, “mas o que é isso, eu sou um de vocês!”. Ah, bom!

Sou pela alternância do poder, exceto em São Paulo, que aquilo lá não se toca desde as capitanias hereditárias, desde os bandeirantes, mas entregar o país a um candidato como aquele é uma aventura que não merecemos, ou talvez os “politizados do feicebuque” achem que sim; vocês decidam aí, que eu tô cansado. 

Foto: Ilustrativa

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