O
disco Canção do amor demais, de Elizete Cardoso, que seria o cartão de
visita da “bossa nova”, não apenas pela primeira faixa, Chega de saudade, um quase manifesto, mas pela presença de todo um
repertório composto por Tom Jobim e
Vinicius de Moraes e tendo o próprio Tom
ao piano, além do violão de João Gilberto.
Quem sabe Elizete não tenha
entendido o espírito da coisa que se configuraria mesmo com João, pouco tempo depois, melhor assim,
em que pese a extraordinária cantora e artista que foi Elizete Cardoso
Mas, queria destacar uma canção do disco também de minha preferência, entre outras, a bonita Janelas abertas que ontem, ao rever o DVD do filme Doces Bárbaros a canção aparece em uma determinada cena, num momento de descontração, Gal ao violão canta com a participação de Caetano e Betânia a composição de Tom e Vinicius. “Ah, eu poderia ficar sempre assim/como uma casa sombria/uma casa vazia/sem luz nem calor”.
Muito tempo depois, já no exílio em Londres, Caetano pegou um fio melódico
de Janelas abertas e compôs a
estranha janelas abertas nº 2 com
versos que lembra o poeta Augusto dos
Anjos como: “Sim, eu poderia em cada quarto rever a mobília/em cada um
matar um membro da família/até que a morte e a plenitude coincidissem um dia/o
que aconteceria de qualquer jeito”, que Betânia
veio a gravar em seu disco A tua
presença, título de outra canção de Caetano e de letra bastante estranha,
além de original e bela.
Youtube: Gal e Tom Jobim (Janelas abertas)
Youtube: Gal e Tom Jobim (Janelas abertas)
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