Era patético, bizarro mesmo, o número de
fiscais da prefeitura, uniformizados com camisetas de variadas cores, que saiam
feito um comboio a procura de vitimas para a sua sanha de prestar serviço, de
se fazer útil, segundo a ótica de seus comandantes. O número era tão elevado que
não era injusto classificá-los de cabos eleitorais de vereadores governistas
com olho nas próximas eleições, onde suas intervenções variavam desde o
desrespeito às agressões físicas.
Como o caso relatado em jornal local, de uma
senhora com mais de 70 anos que saiu da cidade de Santa Bárbara, no nordeste do estado, para ganhar alguns trocados
no carnaval. Analfabeta, desinformada, e nada sabia da exclusividade tramada
entre a Prefeitura e cerveja do “porque sim”. Teve as suas cervejas
apreendidas, no Campo Grande, tomou empurrões
e até uma sacola com suas roupas foi também levada pelos agentes.
Por fim recebeu uma boa noticia, naquele
festival de truculência e maus lençóis, como um dos seus pertences, um lençol,
que também foi levado. Passado o carnaval ela poderia reaver suas cervejas.
Bastando para tanto, levar a Nota Fiscal.
Não tinha mesmo jeito, quem ia se lembrar de nota fiscal numa hora dessas.
Creio que prá essa senhora, coitada, Carnaval
nunca mais, quem sabe a Vaquejada de
Serrinha, que é mais perto de Santa
Bárbara de onde ela não deveria ter saído, em busca de uns trocados no
carnaval da “porque sim”.
Foto: Ilustrada
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