quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Porque não

A cervejaria SKIN, através do grupo japonês que adquiriu o seu controle, é um conglomerado muito poderoso, para não reverter uma possível rejeição local a sua marca, com a exclusividade negociada com a Prefeitura de Salvador para o Carnaval deste ano.

Presenciei nos locais da folia por onde andei a insatisfação do consumidor com a falta de opção, nos circuitos, de outra marca de cerveja que não aquela exclusiva para o evento. A saída era bares e lanchonetes nas transversais dos percursos onde não havia a obrigatoriedade da comercialização dos produtos da SCHIN. Ou então carregar cooler com as marcas de sua preferência como sinal de economia, higiene e satisfação pessoal, fugindo da única oferta disponível.

O confronto entre ambulantes e fiscais da prefeitura, no circuito Barra – Ondina, com a intervenção policial, dado o tumulto que se verificou, não atendia apenas um desejo do pessoal do isopor, mas a satisfação do cliente que exigia deles outra marca de cerveja, o que presumo, fez com que eles, os ambulantes, viessem correr este risco de chutar a exclusividade.   

Pelo alto custo da festa, o poder público tem mesmo que buscar na iniciativa privada, patrocínio para montagem do evento, mas “não altere o samba tanto assim”, como cantou Paulinho da Viola num show excelente na sexta feira de carnaval no Largo do Pelourinho. Dividir com as cervejarias estas cotas do patrocínio, satisfazendo a todas as cervejarias e a todos os foliões, pode ser a busca de forma democrática de custear a festa, agradando a gregos e baianos.

Foto: Ilustrada

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