A fundação situada no Engenho Velho de Brotas convida crianças e adolescentes para
aprender a cozinhar e conhecer a histórias destas iguarias de origem africana e
que na Bahia sofreu algumas
transformações sem perder, contudo, a sua essência gastronômica e religiosa.
Neste sentido foi lançado o livro Cozinhando
história: receitas e mitos de pratos afro-brasileiros que pesquisadoras
ligadas à fundação ensinam o preparo de 21 pratos salgados e 11 doces,
ressaltando não ser um livro de receita, mas um trabalho de documentação que
valoriza as tradições.
O vatapá, por exemplo, era feito com fruta pão,
que virava massa a qual era acrescida temperos, dendê, leite de coco e camarão
seco. Sem se saber porque, talvez pela excassez do produto, a fruta pão foi
trocada por pão dormido e dai pela farinha de trigo e mais adiante a fubá de
milho, de arroz e até de batata. As alterações atendiam bem mais as exigências do
momento que propriamente uma heresia culinária, já que o
vatapá não é propriamente uma comida de santo ao contrario do acarajé.
Mas, o vatapá se integrou de tal
forma aos preceitos do candomblé que Cosme
e Damião, os santos meninos, aceitam sem reclamar. O livro é de dar água na
boca não apenas pelas fartas e deliciosas ilustrações, mas pelo seu conteúdo histórico
e culinário.
Foto: Ilustrada
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