O documentário O Mercado de
Notícias, do cineasta Jorge Furtado,
que o Canal Brasil exibiu ontem, analisa
através de treze renomados jornalistas brasileiros, a exemplo do saudoso Geneton Moraes Neto e Renata Lo Prete, Luís Nassif, Mino Carta,
Bob Fernandes, Jânio de Freitas, Fernando Rodrigues entre outros, o papel da
mídia e o seu comprometimento com a notícia além de sua influência na
democracia.
Um fato é tratado com muita ironia e crítica por revelar o
descuido com o noticia, a investigação, em nome do sensacionalismo e do objetivo
a ser atingido que fica claro para todos eles, ou parte daqueles analistas.
A Folha-SP, em março de
2004, início do governo Lula, vale contextualizar o período pelo viés ideológico
dado a noticia, publicou em sua primeira página, em destaque, uma possível obra
valiosa de Pablo Picasso que estava em uma
repartição do INSS, em Brasília.
A foto de frente de “A Mulher
de Branco” mostrava no final do fotograma um quadro com a fotografia do Presidente Lula, algo corriqueiro a qualquer
órgão público, como reverência ao presidente em exercício. Mas, em se tratando
de um presidente “jeca”, ex-torneiro mecânico, a Folha queira marcar, no entanto, a ignorância e a baixa
escolaridade da equipe presidencial.
Alguns jornalistas mais letrados e cultos, fora da redação da Folha, estranharam o fato e foram a campo
pesquisar essa desimportância dada ao jornal a uma obra de tamanho valor cultural
e monetário. Descobriram que quadro do INSS
era um relé pôster da obra, emoldurado e exposto como mera decoração, já que o
original se encontrava no Museu Guggenheim,
em Nova York. Um ano depois, o
jornal teve a decência de reconhecer a “mancada” e publicar um “erramos”.
Foto: A mulher de branco -Picasso
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