quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Caminhando contra o vento

O Canal Brasil reprisou, ontem, mais uma vez, o documentário Uma noite em 1967 que registra a final do III Festival da Música Brasileira, exibido pela TV Record (não essa, a outra, a verdadeira). Mesmo com essa exaustiva repetição é sempre prazeroso assistir, não apenas pela importância do registro, mas pela atualização dos fatos através de entrevistas recentes com os artistas e protagonistas daquela noite.

Gil conta que um dia entrou no estúdio onde Nana Caymmi, sua namorada à época, gravava Bom dia, uma canção dos dois que também concorreria ao Festival, quando o maestro Rogério Duprat o arranjador da música lhe apresentou os Mutantes e sugeriu que ele incluísse o grupo em sua apresentação de Domingo no Parque.

Ele aceitou a ideia, começaram os ensaios com o mesmo maestro e a participação dos Mutantes e pelo que se viu foi uma grande sacada e um brilho a mais na luminosa canção de Gil, uma das mais bonitas do Festival, e de toda música brasileira. 

O crítico e pesquisador de música popular, Sérgio Cabral, esteve presente como jurado no Festival e revela em entrevista neste documentário que quando soube que Caetano e Gil usariam grupos de rock na apresentação de suas músicas foi com certa má vontade ouvir a apresentação dos dois. 

Ao término das audições de Alegria, alegria e Domingo no Parque estava arrebatado pela beleza e originalidade das canções, lamentando não ter votado na canção de Gil para vencedora do Festival, ficando em segundo lugar, com a vitória de Ponteio, composição de Edu Lobo e Capinam. A história é uma história.

Foto: Ilustrativa

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