O FIAC sempre teve bom
público em todas as suas edições, sem necessidade de qualquer apelo externo ao
meio e as apresentações teatrais. Mas, uma autoridade judicial da cidade resolveu dar mais publicidade
ao evento, proibindo a exibição que ocorreria ontem no Espaço Cultural da Barroquinha, da peça O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu. O trabalho mostra atriz
transexual Renata Carvalho
representando Jesus em sua volta ao mundo na pele de um travesti, discutindo
questões em torno do gênero.
É uma censura claro, em torno de uma figura religiosa que é
fartamente utilizada por um bando de vagabundos, travestidos de pastores,
achacando incautos, sem que a justiça levante um dedo, tentando coibir, mas preservando um
difuso estado laico. Essa laicidade que servem para acobertar pilantras, mas não
serve para garantir a livre manifestação cultural, a liberdade de expressão.
Sabe-se que a peça trata do tema, vai quem se dispuser a rever ou discutir seus
dogmas religiosos.
Atitudes como essa, somada às agressões a Caetano, Chico e Gil nas redes sociais, a censura a uma exposição
de um museu em Porto Alegre, reações iradas contra o ator que representou a
obra da artista plástica Lygia Clark,
no MAM do Rio, manifestações de ódio religioso contra os praticantes dos
cultos afros formam um quadro preocupante de nossa sociedade e do nascimento da
intolerância fascista, antidemocrática. E Bolsonaro
ainda nem chegou!
Foto: Ilustrativa
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