Nova estada em Salvador, novas caminhadas em volta do Dique do Tororó e uma nova visão da celeridade das obras da Arena Fonte Nova. Sem dúvida é um dos estádios em que seu cronograma se encontra em perfeita sintonia com a finalização dos trabalhos prevista para dezembro. Pelo menos neste tocante a Copa do Mundo de 2014 já pode começar se fosse apenas esta etapa das muitas obras a serem realizadas para o inicio do grande evento.
Andar pela cidade sobre passeios arrebentados, sem manutenção; contornar o lixo que se amontoa em cada esquina; perder a paciência com o trânsito que não flui em avenidas que levarão ao local dos jogos; andar pelo centro histórico driblando os zumbis que vagueiam por suas ruas, vergados pelo “crack”; passar por casarões em ruínas sob o risco de ter uma parte de suas fachadas caídas aos seus pés ou cabeça; viver o sobressalto constante de ter seus pertences surrupiados por meliantes de pequena ou total periculosidade, enfim por os olhos ainda que por instantes sobre muitas de suas paisagens de rara plasticidade, como neste domingo de verão invernal, é reconfortante, mas não menos perigoso.
Sempre que voltava prá casa e se aproximava a hora de bater em retirada rumo à cidade alegre era tomado por uma melancolia, uma vontade de não voltar e pedir a compreensão dos que me trouxeram que hoje já não machuca tanto. Volto “como se ter ido fosse necessário para voltar”, recuperando as energias gasta com os breves dias em uma cidade irresponsavelmente mal cuidada, quase abandonada, prato feito para “salvadores da pátria” em ocasiões como a que vamos e já estamos vivenciando. Por aqui me acalmo o suficiente em noites bem dormidas, em leituras que faço silenciosamente, nas músicas que escuto nos finais de semana, andando despreocupado certo de que voltarei de onde saí, mesmo que pequenos tropeços cheguem a assustar, sem contudo impedir a caminhada.
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