Foi divulgado esta semana pelo Arquivo Nacional centenas de fotografias do acervo do Serviço Nacional de Informação - SNI, os olhos e ouvidos da ditadura militar, flagrando pessoas públicas em manifestações pela anistia. Visto agora, tanto tempo depois, pode parecer uma inutilidade típica de certos servidores públicos, cuja função nada inocente era bisbilhotar a vida privada de atores, cantores, jornalistas, cidadãos em geral em atividades próprias de regimes democráticos, mesmo não vivendo em um, mas agindo e tentando abreviar aquela escuridão repressiva dos militares.
No flagrante
acima, Milton Nascimento em uma
concentração na Cinelândia é apenas
uma das mais de 5.000 fotografias disponibilizada pelo Arquivo Nacional. A que serviria estes flagrantes não é um exercício
de difícil constatação, visto o terrorismo surdo que o estado espalhava em nome
de uma Segurança Nacional que nada
mais era que a manutenção do arbítrio, da violência, do medo
institucionalizado. Apodreceram, caíram, mas não serão esquecidos, já que
depositamos na Comissão da Verdade a
esperança de que os torturadores sejam enfim identificados e se possível julgados, punidos pelos crimes cometidos contra a dignidade humana.
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