Disco novo na praça é para os admiradores do grupo carioca Casuarina motivo de curiosidade e satisfação. A curiosidade vem do fato de que desta vez os jovens sambistas se dedicaram à concepção de um trabalho autoral, com músicas próprias, ao contrário de várias boas leituras de sambas de autores consagrados em seus trabalhos anteriores, intercalados com composições do grupo. Desta vez não há releituras da obra de João Nogueira, Adoniram Barbosa, Ataulfo Alves, Sérgio Sampaio, Novos Baianos, Sidney Miller, que mesmo fartamente conhecida o Casuarina imprimiu originalidade nas interpretações. O Canto do Trabalhador (João Nogueira) Já fui uma brasa (Adoniram Barbosa) Velho Bandido (Sérgio Sampaio) Swing do Campo Grande (Novos Baianos) ganham fôlego e ar de novidade em suas vozes
Em dez anos de carreira o Casuarina lança agora Trilhos/Terra
Firme, tendo a companhia de bons letristas para os seus compositores e
vocalistas, João Cavalcanti e Gabriel
Azevedo, mostrarem que o samba não se aprende na escola, mas desperta como um
caso de amor e identificação se tornando paixão. Numa primeira audição as
melodias chegam a parecer já ouvidas, cantadas ou compostas por outros autores,
mas é só impressão, já que daí em diante fica a convicção de que os caras já
dominam o trabalho de composição. É prazeroso ouvir Trilhos (Gabriel Azevedo), Terra
Firme um belo samba do João
Cavalcanti que remete a Paulinho da
Viola, Murmúrio (João Fernando) é
outro exemplo da qualidade do repertório, provavelmente o mais bonito samba do
disco e, por ai vai até Vaidade uma
parceria dos compositores e vocalistas João Cavalcanti e Gabriel Azevedo. Samba dos bons, samba de bamba.
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