Estive com viagem programada para Salvador este final de semana, que acabou não se confirmando, para tratar de alguns compromissos, adiáveis e, em especial assistir o show de Rosa Passos no Teatro Castro Alves – TCA, sábado e domingo. Este compromisso, lamentavelmente inadiável, uma perda irreparável. A presença de Rosa entre nós é um acontecimento cuja frequência é imprecisa em face de sua carreira internacional, já que ela é uma dessas talentosas artistas expatriada pelo mau gosto de seus patrícios, mas que foi acolhida por um público cativo, respeitoso nos teatros e casas de shows do Japão e Estados Unidos.
A última vez que Rosa este por aqui foi em um show na Concha Acústica do TCA, em que ela fazia a abertura da noite para a apresentação de alguém, que nem me lembro quem, mas que mereceria uma fechadura e não um “esquenta a plateia” com uma artista da qualidade e talento de Rosa Passos. Coisa do show business e de uma mídia despreparada e desinformada musicalmente. Na ocasião Rosa lançava o seu novo disco, Azul, dedicado a obra de Djavan, João Bosco e Gil, acompanhada de uma banda de craques a exemplo do seu violonista preferido Lula Galvão.
Não estarei no TCA, é uma verdade física, mas meus olhos e ouvidos estarão na presença dos amigos Mirinha/Edilson, que me passarão a emoção, em especial Mirinha, com o repertório que imagino norteará o “set list” do show, calcado na lembrança de Elizete Cardoso, através do disco lançado o ano passado Rosa Passos - É luxo Só. Já ouço algumas faixas na Rádio UOL e a homenagem está a altura da “divina”, através das músicas de Cartola, Noel Rosa, Ary Barroso entre outros, a exemplo de uma seleção que inclui As rosas não falam, Acontece, Olhos Verdes, Diz que fui por aí, Último Desejo, Saia do caminho, Três apitos e por aí vai... É verdade que algumas músicas escolhidas para o disco, e que devem compor o show, embora gravadas por Elizete não são tão representativas de sua carreira, como é a canção de Zé Keti para Nara, ou de As rosas não falam para Beth Carvalho, mas nada que a lembrança de Elizete, a voz, a afinação e o balanço de Rosa não compensem. Modulem a luz, abram o vinho e deixem a música brasileira passar.
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