quinta-feira, 5 de julho de 2012

Fora com nossos rapazes de fino trato!


Fico bem à vontade frente a antipatia que tenho pelo Corinthians, aliás, nem tanto ao time, mas a sua desastrada torcida, para afirmar da justeza, do merecimento da conquista de ontem à noite do primeiro título de Campeão da Copa Libertadores das Américas, pelo clube paulista. Nestas noites frias que caem sobre a cidade alegre nem sempre consigo chegar ao final de Tapas & Beijos, A Grande Família, que invariavelmente não perco, para ficar até o final do embate entre brasileiros e argentinos.

Que jogo! Que Corinthians Campeão! Tudo sobrou em campo, em garra, em fibra, como um “valente que nunca se deixa quebrar”, atributos que não são comuns nos campos brasileiros. Ontem, foi além de onde é possível chegar. E chegou.

Neste momento em que se olha prá trás e vem a lembrança da inesquecível seleção de Telê Santana e dos craques Zico, Sócrates, Junior, Cerezo, Falcão etc, trava na garganta a derrocada no Estádio do Sarriá, na Espanha, em julho de 1982, frente a Itália, tendo o Paolo Rossi, como nosso carrasco. Seleção como aquela nunca mais! E se aquele time não se repetirá e não aprendemos, por incapacidade técnica, de jogar o que a Espanha hoje dá aula com o aprendizado de nossa seleção em 1982, que formemos um time, um pelotão de guerreiros como os corintianos, esquecendo de vez os rapazes de fino trato com que é formada a lista de convocados do Mano Menezes. Sem estrelas, sem metrossexuais, nem garoto propaganda de guaraná, de gilete, de qualquer bagulho vendável, o Corinthians mostrou que o caminho das pedras de nossa seleção, aqui mesmo, em 2014, pode estar no seu espelho, o espelho corintiano, mesmo “que Narciso ache feio o que não é espelho”.   

Foto: Guerreiro Medieval

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