A partir de hoje, a cantora e compositora Zélia Duncan é a mais nova colunista do
segundo caderno de O Globo, às sextas feiras. Zélia sempre se revelou uma boa letrista
como nas canções Enquanto durmo, Alma,
Tempestade, Me revelar, Pagú, Os imorais, Carne e osso com a mesma
facilidade com que se expressa em sua estreia como colunista, conforme pequeno trecho abaixo:
“Escrever é uma farsa, Todos sabem e assumem
seus papeis, como tem que ser. Desconfiei disso ao desabar pra dentro de um
livro de Clarice Lispcetor e me
deparar com uma vírgula, antes de qualquer palavra. Como assim? A história
começou, antes que eu abrisse o livro? Ninguém me esperou? Depois entendi que
era uma quebra fundamental na minha inocência de leitora.
Tudo já estava acontecendo antes de se revelar.
Claro, claríssimo, Clarice? Mas
houve ainda golpe fatal. Na última página do mesmo livro, depois da última
palavra, já estavam eles, dois pontos! Mas o começo me ensinou a aceitar o fim”.
Foto: Zélia Duncan
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