sexta-feira, 1 de maio de 2015

A colunista Zélia Duncan

A partir de hoje, a cantora e compositora Zélia Duncan é a mais nova colunista do segundo caderno de O Globo, às sextas feiras. Zélia sempre se revelou uma boa letrista como nas canções Enquanto durmo, Alma, Tempestade, Me revelar, Pagú, Os imorais, Carne e osso com a mesma facilidade com que se expressa em sua estreia como colunista, conforme pequeno trecho abaixo:

“Escrever é uma farsa, Todos sabem e assumem seus papeis, como tem que ser. Desconfiei disso ao desabar pra dentro de um livro de Clarice Lispcetor e me deparar com uma vírgula, antes de qualquer palavra. Como assim? A história começou, antes que eu abrisse o livro? Ninguém me esperou? Depois entendi que era uma quebra fundamental na minha inocência de leitora.

Tudo já estava acontecendo antes de se revelar. Claro, claríssimo, Clarice? Mas houve ainda golpe fatal. Na última página do mesmo livro, depois da última palavra, já estavam eles, dois pontos! Mas o começo me ensinou a aceitar o fim”.

Foto: Zélia Duncan

Nenhum comentário:

Postar um comentário