A nossa dificuldade em lidar com a morte e com
os aspectos funerários, de sepultamento etc quem sabe podem ser amenizados com
os rituais que precedem a morte, como em países como Gana, na África, em que
o “bota fora” é uma verdadeira celebração, no bom sentido de festa e farra.
Recentemente, em Londres o ganês o Joe Pass
expôs no Festival da Morte para os Vivos
réplica dos esquifes exóticos encomendados por clientes que manifestaram seu
desejo de ser enterrados, não naquelas urnas funerárias tradicionais e
ameaçadoras, mas sim em caixões de formas as mais inusitadas.
Ali as pessoas são enterradas dentro de
cópias de aviões de luxo, carros ultramodernos e até um cacau gigante
fabricado para o descanso eterno de um fazendeiro e cacauicultor. Chamava a
atenção, como se alguma coisa ali não chamasse, um caixão em forma de guitarra
e uma miniatura de um vagão de trem puxado por uma locomotiva. Este trem
expressava a fantasia de um senhor que quando criança fez uma viagem e cuja
paisagem a partir da janela do vagão ele nunca esqueceu quando em vida e, assim
queria partir dentro de um vagão puxado por uma locomotiva. Coitados dos coveiros!
Nem as crianças escaparam das esquisitices, na
representação de uma caixão convencional só que rosa choque coberto de
purpurina e desenhos infantis. Se a moda pega por aqui, haverá uma corrida enlouquecida
por esquifes em forma de trios elétricos, timbales, andor de procissão etc, difícil
mesmo será fazer alguém ser sepultado em algo com formato de berimbau.
Foto: Caixão em forma de guitarra
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