O documentário sobre Vinicius, de 2005, exibido
recentemente pelo Canal Fox, traz
algumas cenas que passaram despercebidas de quando vi pela primeira vez e, mesmo
quando revejo em DVD. Como o filme é
feito de depoimentos de compositores e amigos e muitas cenas de seus shows com
os seus mais diversos parceiros e especialmente com Toquinho, em determinado momento Chico lembra a amargura do amigo com a crítica musical a seus
infindáveis sambas com aquele parceiro.
Criticas, aliás, com as quais compactuava e
dava ressonância ao comparar a dupla Toquinho
e Vinicius com as mais que populares duplas Antônio Carlos e Jocafi, Tom e Dito, Dom e Ravel entre outras que
tinham lugares cativos nas paradas de sucesso. Os sambas saiam aos borbotões,
em escala industrial em detrimento da boa poesia, da letra ou melodia buriladas
que eram a sua marca em outras parcerias a exemplo daquelas com Tom Jobim, Baden Powell ou Edu Lobo.
Talvez se devesse esta pobreza musical às
limitações de Toquinho como criador
de melodias, independente do virtuosismo de seu violão, um dos melhores do país,
em que as canções saiam sob encomenda para trilha sonora de novelas ou pelo
simples prazer de tocar no rádio custear o uísque nosso de cada dia. Mesmo
torcendo o nariz para grande parte das composições da dupla, gosto de Escravo da alegria, Como dizia o poeta, Por
que será, Tomara, Regra três, Tarde em Itapoan e mais “uma meia dúzia de três
ou quatro”.
Foto: Toquinho e Vinicius
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