Domingo passado estive no Largo
do Pelourinho, acompanhando as solenidades em louvor a Santa Bárbara, o inicio das festas populares de Salvador. Mas, guardando a distancia
regulamentar entre o sagrado e o profano pra não repetir uma das minhas últimas
participações no evento, em que fui largado pela santa em meio aos maloqueiros
que infestam o local, mesmo tendo passado na igreja, vestido camisa vermelha e
recebido passe de uma mãe de santo.
Naquela ocasião, como em tantas outras, por “saecula saeculorum”, transitava
sem sobressalto pelas proximidades do Mercado
de São Miguel, quando avistei ao longe a procissão se dirigindo em direção
ao mercado, carregando o andor de Santa
Bárbara. Sem que me desse conta do perigo, de repente fui envolvido por uma
multidão, a tempo de colocar a carteira na cueca e uma cédula de R$20,00 no bolso fundo da calça que
usava, para o consumo de cerveja nas barracas do evento
A multidão crescia, os vagabundos fervilhavam e eu cada vez mais
pressionado sobre a parede em meio a pedidos de desculpas que faziam parte do
achaque, com tons de civilidade. Entre todos e tantos "empurra-empurras"
consegui, com muito esforço, me desvencilhar daquela turba, misto de fieis e “sacizeiros”,
e respirar ares de liberdade e de desejo de uma gelada.
Ao tentar puxar os R$20,00
do bolso frontal da calça, fui surpreendido com a sua ausência e a constatação
que tinha sido roubado por aqueles religiosos 171. Ainda hoje imagino a
habilidade daquelas mãos, já que em nenhum momento senti estar sendo bolinado e
que, se além da grana tivessem também levado o saco, só notaria quando fosse ao
sanitário do Bar de Dona Val, na Barroquinha. Eparrei Iansã!
Foto: Ilustrativa
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