Nestes tempos sombrios de homens públicos apequenados, quase
rastejantes, é preciso sempre lembrar de Dom
Paulo Evaristo, que nos deixou rumo à eternidade e a santificação. Um homem
íntegro, um religioso devotado aos pobres, aos que sofrem, aos aflitos, entregue
ao sacerdócio humanitário e mesmo político quando atuou contra a ditadura
militar de 64.
Uma voz combativa em defesa da condição humana, bradando contra
as prisões arbitrárias, as torturas e mortes patrocinadas pelos gorilas que se
apoderaram do nosso país.
Era estudante da UFBA,
quando da morte do jornalista Vladmir
Herzog nas dependências do DOI –
CODI subordinado ao II Exército,
em São Paulo, 1975, onde o Cardeal Dom Paulo num gesto de ousadia
e coragem convocou um ato ecumênico na Catedral
da Sé.
O ato em memória a Vladimir
Herzog não foi somente uma celebração, uma homenagem póstuma ao jornalista “suicidado”,
mas também uma manifestação popular contra o regime violento e ilegítimo, desencadeando
a partir daquele momento novos gritos de liberdade, que culminou com a campanha
das Diretas Já. Viva Dom Paulo Evaristo Arns!
Foto: Dom Paulo Evaristo Arns
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