Chegou, às livrarias, o mês passado, o livro 1973 – O ano que reinventou a MPB, do jornalista Célio Albuquerque que traz os mais de 50 discos lançados naquele ano que representa um sopro de vitalidade na carreira de artistas com carreiras já consolidadas, como também marca o surgimento de nomes que vieram prá ficar no panorama musical brasileiro.
A
bossa nova era um passado distante, assim como a Jovem Guarda, os festivais tinham se exaurido e o tropicalismo
tentava se adequar aos novos tempos após a volta de Caetano e Gil do exílio, além de se viver por aqui tempos de
prisões, torturas e mortes. Mas, a viola não foi posta no saco e silenciada, se
bem que a tesoura da censura continuava nervosa nas mãos inábeis de milicos,
nada musicais. Mas, cantava-se o que podia, pois mais que nunca era preciso
cantar.
O Célio Albuquerque reuniu colegas jornalistas da área musical para reescrever
resenhas daqueles discos que tornaram o ano de 1973, um dos mais criativos de nossa música. A tarefa foi entregue
a nomes como Antonio Carlos Miguel, José
Teles, Rildo Hora, Sérgio Natureza, Regina Zappa, Roberto Muggiati, Moacyr Luz
entre outros que listaram e comentaram lançamentos como o de Araçá Azul, e o experimentalismo de Caetano, o campeão de devoluções à gravadora pelas fracas vendas.
Dai por diante surgem os discos que na verdade justificaram o título do livro
como Pérola negra de Luis Melodia,
Nervos de Aço, com Paulinho da Viola, Novos Baianos F.C, dos Novos Baianos, Quem é quem de João Donato, Todos os olhos com Tom Zé, Matita perê de Tom Jobim, Krih-ha, bandolo, com Raul Seixas e os discos de Elis, Luis Gonzaga Junior, João Bosco,
Simone, Nelson Cavaquinho.
Para mim que tenho ou conheço mais de 85% dos
discos lançados é tão somente a confirmação da criatividade destes artistas e
um pouco de orgulho de ter vivido a luminosidade daquele ambiente cultural,
ainda que as nuvens negras do obscurantismo militar pairassem sobre todas as
artes, provando da frase de Vandré “acreditam
nas flores vencendo os canhões”.
Foto: Capa do Livro
Bazo, apenas um comentário complementar: o livro tem organização de Célio Albuquerque, não é do Célio Albuquerque. E na digitação o nome está grafado errado, acabou saindo Caio.
ResponderExcluirAbraços e obrigado pelo texto
Célio e os outros 49 autores
Caro Célio,
ResponderExcluirPeço desculpas pelo equívoco, sou um sujeito mesmo desatento. Já fiz a retificação de seu nome, e confesso a alegria da sua visita a esta página.
Abs.