A origem da expressão “entre sem bater” só poderia ter sido protagonizada por um gozador, debochado, “bon vivant”, frasista incorrigível e curtidor como foi o jornalista e humorista Aparício Torelly, mais conhecido como o Barão de Itararé. Ontem o Canal Brasil dentro da serie de reportagens “Resistir é preciso” dedicou o programa à folclórica figura do Barão de Itararé, título que ele se auto concedeu em homenagem a batalha que não houve.
Conta-se que o Barão se tornou grande amigo do marinheiro João Cândido, o Almirante
Negro, que liderou a Revolução da
Chibata em represália aos maus tratos do oficialato branco da Marinha
contra os marujos negros como era o João
Cândido. A sua pessoa foi imortalizada pelos compositores João Bosco e Aldir Blanc no samba
genial Mestre sala dos mares, onde o
Almirante Negro foi substituído por navegante negro, graças ou pela desgraça da tesoura da censura
militar de 64.
O Barão
em sua revista de humor político A Manha
fez várias reportagens com o Almirante Negro,
exaltando a sua atuação na Revolta da
Chibata e a maneira cruel e desumana como eram tratados os marujos de pele
morena e negra, resquícios da escravidão que ainda perduram nos dias de hoje. A
Marinha não gostou desta espécie de
endeusamento ao João Cândido, o Almirante Negro e um grupo de oficiais
resolveu invadir a redação de A Manha
e dar uns catiripapos no Barão. E
assim foi feito.
A redação da revista foi invadida, deixando o Barão mais estropiado que uma vítima do Pica Pau. No dia seguinte a porta da
redação de A manha ostentava uma placa
“Entre sem bater”.
Foto: Frase do Barão de Itararé.
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