quinta-feira, 20 de março de 2014

Na medida do impossível.

Assim como Paula Toller mantém uma carreira solo e paralela a sua banda, o Kid Abelha, a doce Fernanda Takai vocalista da minha banda pop nacional preferida, o Pato Fu, ela também se lança em projetos individuais longe da banda. E fez com larga aceitação popular e de crítica ao seu Onde brilhem os olhos seus em que ela visita, com a direção de Nelson Mota, o repertório de Nara Leão em uma empreitada que lhe rendeu muitos elogios e bons frutos musicais, tanto que agora parte para o seu segundo disco solo, Na medida do impossível.

Desta vez, no entanto, ela acreditou em seu potencial de compositora em parcerias com Pitty e Marcelo Bonfá, ex-Legião Urbana e, em convidados como Samuel Rosa, do Skank, Zélia Duncan e a surpreendente presença do Padre Fábio de Melo, na não menos curiosa regravação de um canto católico, Amar como Jesus amou, do Padre Zezinho. Aliás, nestas regravações o que não faltam são surpresas, e elas começam na segunda faixa com um samba do Benito de Paula, a interessante Como dizia o mestre. Outra regravação é de uma canção da dupla Leno Lilian, oriunda da Jovem Guarda, a triste e acomodada A pobreza, e a mais que brega Mon amour, Meu bem, Ma femme, do inqualificável de tão ordinário Reginaldo Rossi, em que Fernanda divide os vocais com Zélia Duncan. 

São momentos que se tornam agradáveis não apenas pelos convidados, mas pelos arranjos modernos de John Ulhoa seu companheiro, guitarrista e multinstrumentista que dota estas canções de uma musicalidade que pareciam inexistentes. Como também soa atual a versão para uma música do George Michael, a bonita Heal the pain, que se tornou Prá curar essa dor, em que Fernanda divde os vocais com Samuel Rosa em outro bom e agradével momento do disco.

Fernanda Takai se quisesse poderia encarar uma carreira solo, pois tem talento, graça e brejerice em suas interpretações, mas se dependesse de mim, gostaria que continuasse como vocalista do Pato Fu e, de vez em quando saisse por aí em projetos individuais que às vezes como integrante da banda não se sinta à vontade por certos devaneios musicais. Vida longa nas paradas para Na medida do impossível e sucesso sempre para Fernanda Takai.

Foto: Fernanda Takai

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