As mudanças postas em prática pela Prefeitura de Salvador no Carnaval da cidade, algumas foram bem
assimiladas pela população, outras nem tanto. Uma delas foi a redução do percurso do Circuito Dodô – Avenida – até a Praça Castro Alves, onde haveria a
dispersão pela Rua Chile e
adjacências, sem o retorno habitual pela Carlos
Gomes. Esta ficaria reservada para blocos de percussão e o inicio do desfile para os blocos afros, passando pelo Campo Grande e descendo a Avenida, além da instalação de quiosques
de alimentação e lanche em todo a sua extensão. Não é o que se viu até ontem,
sábado. A Carlos Gomes se
transformou num extenso estacionamento de trios com direção à Barra ou mesmo ao Campo Grande para desespero de comerciantes, ambulantes e
visitantes que alugaram apartamentos na esperança de ter o carnaval aos seus
pés.
A redução do percurso na Avenida, o primo pobre do Carnaval
baiano, atende uma reivindicação das estrelas da folia, alegando o desgaste
físico em suportar 08 horas ou mais em cima de um trio animando foliões
incansáveis. Não se sabe se houve redução nos cachês ou nos abadás milionários
de blocos como o Camaleão, por
exemplo. Aliás, estas estrelas do axé, criadas e alçadas à condição de nomes
nacionais na Avenida, e que hoje
viram as costas em troca do Circuito Barra
– Ondina e dos holofotes das redes de televisão merecem certo desprezo ou
um puxão de orelha.
Talvez assim consiga fazer entender a Daniela Mercury, esta golpista da publicidade, que atrás do trio
dela vem outros e outros trios, e que é intolerável passar mais de 40 minutos
em frente ao seu camarote, fazendo dueto com Gilberto Gil, para puro deleite seu e de seus convidados.
Fotos: As estrelas do axé
Nenhum comentário:
Postar um comentário