segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Angeli, 40 anos de Folha

Angeli é um dos grandes cartunistas brasileiros que não teve o seu batismo nas páginas do Pasquim, embora tenha sido influenciado, como tantos, por Jaguar, Millor e Henfil fundadores do saudoso semanário. Ele já pulou direto para as páginas da Folha onde estreou em 1975 com uma charge “meio esquisitona” sobre as divisões internas do antigo MDB, que desaguou no PMDB e que continua fiel as suas origens de eternas divergências. Mas, isto é um problema deles e do lixo político tupiniquim.

Quanto ao Angeli, junto aos amigos Glauco e Laerte criou a inigualável Chiclete com Banana que chegou a tiragem de 110 mil exemplares, deixando por um tempo as charges para se dedicar as “tirinhas” e a revista. Na Chiclete surgiram tipos impagáveis como a porra louca Rê Bordosa, o punk Bob Cuspe, os velhos hippies Wood e Stock e os literalmente Skrotinhos, uma dupla da pesada na desqualificação de tudo e todos.

Agora, em setembro deste ano Angeli completou 40 anos na Folha e de lá prá cá muita coisa mudou no seu humor, seus desenhos. Deixou de caricaturar personagens da política como fez por muito tempo, especialmente com Sarney e Maluf, para se dedicar a ironia e ao escracho de nossas mazelas sociais, com a contundência que sempre caracterizou seu traço. Algumas de suas charges são tão ou mais eloquentes que os editoriais do jornal onde deixa sua marca. Vida longa ao Angel, uma legenda do cartum nacional.

Foto: Ilustrativa

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