Angeli é um dos grandes
cartunistas brasileiros que não teve o seu batismo nas páginas do Pasquim, embora tenha sido
influenciado, como tantos, por Jaguar,
Millor e Henfil fundadores do saudoso semanário. Ele já pulou direto para
as páginas da Folha onde estreou em
1975 com uma charge “meio esquisitona” sobre as divisões internas do antigo MDB, que desaguou no PMDB e que continua fiel as suas
origens de eternas divergências. Mas, isto é um problema deles e do lixo
político tupiniquim.
Quanto ao Angeli,
junto aos amigos Glauco e Laerte criou a inigualável Chiclete com Banana que chegou a
tiragem de 110 mil exemplares, deixando por um tempo as charges para se dedicar
as “tirinhas” e a revista. Na Chiclete
surgiram tipos impagáveis como a porra louca Rê Bordosa, o punk Bob Cuspe,
os velhos hippies Wood e Stock e os
literalmente Skrotinhos, uma dupla
da pesada na desqualificação de tudo e todos.
Agora, em setembro deste ano Angeli completou 40 anos na Folha e de lá prá cá muita coisa mudou
no seu humor, seus desenhos. Deixou de caricaturar personagens da política como
fez por muito tempo, especialmente com Sarney
e Maluf, para se dedicar a
ironia e ao escracho de nossas mazelas sociais, com a contundência que sempre
caracterizou seu traço. Algumas de suas charges são tão ou mais eloquentes que
os editoriais do jornal onde deixa sua marca. Vida longa ao Angel, uma legenda do cartum nacional.
Foto: Ilustrativa
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