Quando tenho às mãos ou no tela do notebook um
exemplar da Folha SP, sempre passo
pelo caderno Cotidiano em busca da
coluna do Professor Pasquele Cipro Neto,
às quintas feiras. Sempre partindo de uma expressão utilizada por políticos,
autoridades ou ainda da letra de uma canção de nossos grandes compositores, o
mestre nos dá aula uma de português, com uma precisão didática própria dos
conhecedores de nossa língua e ao fato de bem redigir.
Em uma de suas últimas colunas, ele parte de uma
citação de A igreja do diabo de Machado de Assis, para discorrer sobre
a utilização de formas verbais, talvez simples, mas nem sempre compreendidas e
bem colocadas. “Tu és vulgar, que é o pior que pode acontecer a um espírito da
tua espécie... Tudo o que dizes ou digas está dito e redito pelos moralistas do
mundo”.
Na frase ele observa a utilização de duas
formas do verbo “dizer”, ambas no
mesmo tempo, presente, mas de modos distintos. Quando Deus diz: “tudo que dizes”
quer expressar uma realidade, aquilo que de fato ocorre, diferentemente do que “ou digas” que passa a ser uma hipótese,
algo provável, algo que possa vir acontecer. É isso, como diz o professor ao encerrar suas mais que lidas
colunas.
Foto: Ilustrativa
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