sexta-feira, 13 de maio de 2016

Macho, mas sem pressa


Segundo Xico Sá, jornalista e colunista em vários jornais e revistas brasileiras, além de observador do comportamento do macho e da fêmea nestes tempos pós-moderno, costuma afirmar que a figura do metrossexual foi criada a partir de uma coluna de David Beckham

Como se sabe, o metrossexual é aquela criatura que cuida da aparência e da beleza com a uma dedicação e determinação comoventes. Nada escapa aos seus olhares e às recomendações de cremes, perfumes, sapatos, roupas, depilações, cortes de cabelo, atitudes e, cujo perfil de Cristiano Ronaldo é o exemplo mais bem acabado e completo desse dândi.

Por aqui, talvez o desbravador, literalmente, da metrossexualidade por mais contraditório que possa parecer, foi Virgulino Ferreira da Silva, popularmente conhecido como Lampião, não à toa, maldosamente incluído em qualquer parada gay. 

Mas, Seo Virgulino, além de um justiceiro e um “che guevara” desastrado, era por demais prendado, uma espécie de estilista e costureiro do bando. Os bordados de suas camisas, das saias de Maria Bonita e de uma ou outra cangaceira mais próxima, eram frutos de sua habilidade com agulha, linhas, carreteis e dedais. Uma coisa!  

Não que Lampião fosse um Clodovil ou um Denner do sertão, porque macho, muito macho, apenas um homem adiante dos mandacarus e dos coronéis, embora chegado a um lenço parisiense no pescoço, perfumes do frasco pequeno, unhas bem aparadas, botas sempre lustradas e um pé de valsa incorrigível. Um terror da alta costura da caatinga e dos bailes perfumados.   

Foto: Ilustrativa

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