... O alinhamento da esquerda no país, que permitiu
14 anos de governo, não foi produto de um ato próprio da esquerda ou de um
movimento natural da física aristotélica, mas ocorreu graças à força
gravitacional de um partido de centro-direita, o PMDB, que lhe deu apoio, tornando assim possível o alinhamento do
poder da esquerda. Nesse alinhamento, um partido foi eclipsado pelo outro e que
agora retoma sua claridade e poder próprio.
Entendo que o momento que vivemos é de distopia
da esquerda clássica brasileira. Essa distopia não pode deixar a esquerda agir
como um cético radical. Trata-se de um momento que abre um importante espaço
para a esquerda se reinventar e se desapegar de antigos amuletos, embora deva
continuar na mesma órbita do espectro político ideológico. A esquerda necessita
repensar suas coalizões futuras.
Texto (fragmentos):
Paulo Sérgio Silva – Doutor em Ciências Políticas pela USP
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