segunda-feira, 23 de maio de 2016

O dono do samba


O sambista baiano Roque Ferreira cujo talento de grande compositor parece rivalizar com a sua conduta grosseira e mal educada com seus colegas de oficio, fez mais uma das suas. É conhecido o seu mau humor e sua brutalidade com a doce Roberta Sá, por exemplo, que gravou o disco Quando o canto é reza, juntamente com o Trio Madeira Brasil, escolhido pela conceituada Associação Paulista de Críticos de Arte – APCA, como o melhor disco de 2010. 

Não para o autor de todo o repertório do disco, Roque Ferreira, que em entrevista, à época, ao Estadão, desancou a cantora com insinuações e indelicadezas de um brutamontes, próprias de um policial transtornado ou de alguém que não vê o tempo passar, arraigado a conceito e posturas medievais.

Agora a vítima é a cantora Zélia Ducan que teve seu belo disco Antes do mundo acabar selecionado pelo Prêmio da Música Brasileira para concorrer como o melhor álbum de samba, juntamente com o CD Terreiros de Roque Ferreira e o Moacyr Luz com o disco Moacyr Luz & Samba do Trabalhador – 10 anos e outros sambas.

Furibundo, o sambista baiano se dirigiu à equipe do prêmio, responsável pela seleção dos concorrentes que retirasse seu nome da lista, pois ele não aceita disputar com a Zélia, que segundo ele, “não é sambista, é oportunista. Entrou no samba pela porta dos fundos”. Se alguém tinha dúvida de quem era, ou é, o dono do samba, se é que algum dia teve, agora não se tem mais: é o Senhor Roque Ferreira. Ninguém merece!

Foto: CD Terreiros - Roque Ferreira

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