A semana anterior foi de tempo firme, ensolarado, com a característica de baixa temperatura no final da tarde. Este final de semana último, em Morro do Chapéu, voltou a ser aquele que
conhecemos de outras noites invernais, com quedas de 9°C durante a madrugada, conforme ouvi e senti durante esta mesma
noite, noite de lobo uivando para as estrelas.
Voltei a experimentar um desconforto sem par, como aquele vivido
no final dos anos 70, quando vim conhecer a cidade e nova residência dos meus
futuros sogros na Rua do Fogo. Saímos
em grupo pela cidade e à noite quando tudo era ainda suportável fomos a um bar
com música ao vivo onde dançamos, cantamos seresta, tomamos todas as cervejas, Campari, cambuí (Meu Deus!) e aquecidos
e tontos voltamos para casa depois da meia noite.
Encontrei no quarto que iria dormir em uma cama de solteiro, três grossos
cobertores capazes de aquecer o mais macambúzio dos esquimós. Estranhei a
quantidade e o volume dos cobertores, mas por pouco tempo, pois quando acordei
as 2,30hs da manhã para ir ao
sanitário, senti que as pernas não estiravam de volta a sua posição natural, os
braços colados e cruzados insistiam em não se descolar do corpo em concha, em
posição fetal como que congelado.
Com certo sacrifício os cobertores foram acionados um a um e mais outro
que houvesse, como tentativa de aplacar o frio que paralisava tudo, enrijecia
as articulações, transformava o pinto numa inútil verruga com que acabei
mijando todo o pijama ao chegar ao sanitário. É certo que o clima mudou de lá
prá cá, o frio já não é mais o mesmo daqueles meses de julho e agosto, mas
ainda assusta quem é solar, que é filho do sol, amante do mar e da maresia.
Foto: Ilustrativa
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