terça-feira, 12 de julho de 2016

O frio

A semana anterior foi de tempo firme, ensolarado, com a característica de baixa temperatura no final da tarde. Este final de semana último, em Morro do Chapéu, voltou a ser aquele que conhecemos de outras noites invernais, com quedas de 9°C durante a madrugada, conforme ouvi e senti durante esta mesma noite, noite de lobo uivando para as estrelas.

Voltei a experimentar um desconforto sem par, como aquele vivido no final dos anos 70, quando vim conhecer a cidade e nova residência dos meus futuros sogros na Rua do Fogo. Saímos em grupo pela cidade e à noite quando tudo era ainda suportável fomos a um bar com música ao vivo onde dançamos, cantamos seresta, tomamos todas as cervejas, Campari, cambuí (Meu Deus!) e aquecidos e tontos voltamos para casa depois da meia noite.

Encontrei no quarto que iria dormir em uma cama de solteiro, três grossos cobertores capazes de aquecer o mais macambúzio dos esquimós. Estranhei a quantidade e o volume dos cobertores, mas por pouco tempo, pois quando acordei as 2,30hs da manhã para ir ao sanitário, senti que as pernas não estiravam de volta a sua posição natural, os braços colados e cruzados insistiam em não se descolar do corpo em concha, em posição fetal como que congelado.

Com certo sacrifício os cobertores foram acionados um a um e mais outro que houvesse, como tentativa de aplacar o frio que paralisava tudo, enrijecia as articulações, transformava o pinto numa inútil verruga com que acabei mijando todo o pijama ao chegar ao sanitário. É certo que o clima mudou de lá prá cá, o frio já não é mais o mesmo daqueles meses de julho e agosto, mas ainda assusta quem é solar, que é filho do sol, amante do mar e da maresia.

Foto: Ilustrativa

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