O romance 1984 do escritor
inglês George Owrell passeia por um
regime totalitário e sufocante onde todos estão na mira dos olhos e ouvidos do Grande Irmão (big brother), tendo as ações
e gestos dos subordinados, acompanhados e vigiados a todo instante. Uma espécie
de invasão de privacidade que hoje vivenciamos, não em nome da bisbilhotice
alheia, ainda que em muitos casos estejam, mas toda vigilância é feita em nome
da segurança do cidadão, de sua integridade.
Somos filmados e, por conseguinte, observados nas ruas,
elevadores, prédios, repartições, bancos, estádios, supermercados, lojas,
shoppings, ônibus, enfim, onde houver gente se movimentando haverá uma câmara
flagrando boas e más, principalmente más, ações. Nada escapa aos olhos do “big
brother” do século XXI.
Talvez Joachim Low, técnico da seleção alemã de futebol, embora
saiba dessa vigilância, não sempre se dá conta de que as câmaras de televisão
estão sobre ele e seus comandados todos os minutos do dia. Não fosse assim a
equipe do programa É gol! da Sportv, apresentado pela simpaticíssima
Domitila Becker, não teria compilado
momentos hilários e sebosos do famoso treinador.
Joachim aparece com as mãos abaixo da
cintura, dentro do moletom, sacudindo os bagulhos, para repentinamente retirá-las
e começar a cheirar os dedos. Em outro flagrante esfrega com sofreguidão as
axilas para também levar às mãos ao nariz em uma cafungada de puro prazer,
imagino.
Finalmente para encerrar com chave de boca o festival de sebosidade, o técnico leva o dedo ao nariz em busca de
ouro. Após algumas tentativas encontra e, aí então começa a dar forma “a massa
da mandioca”. Mas, temendo que se consumasse ali o derradeiro gesto, abaixei a cabeça
e mudei de canal, antes que eu vomitasse sobre a lata de Itapiava que trazia nas mãos.
Foto: Joachim Low
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