Há uns versos de um poeta mineiro, cujo nome desconheço e diz que
“O mar geme e chora em doridos ais/só porque não banha Minas Gerais” ou algo
próximo desta melancolia mineira, desta aflição marítima que a natureza ou a
divisão da colônia em capitanias hereditárias não legou a Minas.
Algum tempo atrás, os estados do Rio de Janeiro e Espírito
Santo aventaram a possibilidade de fornecer a Minas uma saída para o mar.
Não seria a concessão de uma praia, para os mineiros invadirem como fazem com Porto Seguro ou Guarapari, mas uma faixa de terra naqueles estados que permitiria a
Minas a construção de um porto para
o escoamento de sua produção de minério.
A simpatia que nosso estado e nós baianos temos por Minas e os mineiros, bem que poderia
ser materializada com a entrega, venda ou doação de uma nesga de nosso litoral,
lá no fim da Bahia, próximo a Caravelas, para que nossos amigos
mineiros pudessem fazer seus piqueniques e serenatas.
Desde que o caminho de
ferro que ligava Minas ao mar foi
aterrado, como canta Milton em sua
dolente e bela canção Ponta de areia, o mar definitivamente deu adeus a Minas,
assim como a estrada de ferro. "Ponta de areia, ponto final/Da Bahia-Minas estrada natural/Que ligava Minas ao porto ao mar/Caminho de ferro mandaram arrancar".
Foto: Ilustrativa
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