O documentário Janis – Little Gril Blue, ou
simplesmente Janis, que está em cartaz, nos cinemas de Salvador,
em torno da figura emblemática para o rock dos anos 60, da cantora Janis
Joplin, me trouxe a lembrança uma experiência sensorial de motivações
etílicas ou de fumo de procedência pouco convencional, em que estaria presente
a inesquecível cantora americana.
A sua passagem por Salvador, mais precisamente pela comunidade
hippie de Arembepe, no inicio dos
anos 70, em busca de paz, após um fuzuê que protagonizou em Ipanema, fazendo topless em suas areias ou
sendo expulsa do Copacabana Palace após nadar nua na piscina do hotel “metido a besta” da famosa praia carioca, rendeu
histórias, inclusive essa.
Em Arembepe, Janis estaria entre os seus, estaria porque
a noticia corre ainda hoje na comunidade como lenda ou com afirmações
emocionadas de quem com ela conviveu, os hippies remanescentes de Arembepe.
Convenhamos então que Janis esteve por aqui, até para fazer
jus a minha alucinação de tê-la encontrado em uma noite de verão, em uma rua
deserta do Costa Azul (ou seria Boca
do Rio!).
Após a comemoração do aniversário de um colega da construtora
dinamarquesa Chistiani Nielsen, no Costa
Azul, nos intermináveis anos 70, caímos prostrados no coqueiral de Jardim
de Alah e ali continuamos a
farra com Campari, Conhaque Macieira e
cigarros de um matinho, que não
era a grama. Já nos preparando de volta pra casa, fui até uma barraca comprar
cigarros convencionais, quando no retorno ao encontro do grupo, fui abordado
por uma jovem.
Cabelos fartos e encaracolados, grandes óculos redondo, larga
mochila a tiracolo, baixinha, trajes anos setenta e, num inglês, que o meu
ginasiano decifrou: “give me a
cigarette, please”. Era Janis Joplin! Ela ainda engatilhou
algumas palavras talvez de agradecimentos, mas em seguida se afastou em direção
à Itapuã.
Foto: Janis Joplin
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