O chorinho foi uma música criada originalmente para ser instrumental. Quando alguém, tempo depois, pôs letra em choros do Pixinguinha, Jacob do Bandolim, em especial Brasileirinho, encontrou em Ademilde Fonseca a intérprete perfeita. Uma forma de cantar tão rápida como o choro, com melodias não linear em seu andamento e sem comprometer a dicção, com as sílabas pronunciadas com clareza passou a ser uma característica da cantora que incorporou a seu repertório, clássicos como Tico-tico no fubá, O que vier eu traço, Pedacinhos do céu (linda!), Delicado, Teco teco e, o seu cartão de visita, Brasileirinho.
Quando os Novos Baianos se aproximaram do samba e do choro, Baby Consuelo escolheu aquela que seria a sua inspiração e modelo, Ademilde Fonseca de quem conseguiu a proeza de ter a sua gravação de Brasileirinho elogiada pela sua criadora como interprete.
Assisti Ademilde Fonseca uma só vez. Foi em 1977, dentro do Projeto Pixinguinha, no Teatro Castro Alves, ao lado do extraordinário clarinetista e chorão, Abel Ferreira em um espetáculo cujo repertório foi uma antologia de grandes choros. Ademilde Fonseca deixou a vida e o choro nesta data, além de menos alegre e contagiante a música brasileira.
Foto: Zélia Duncan e Ademilde Fonseca
Foto: Zélia Duncan e Ademilde Fonseca
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