domingo, 25 de março de 2012

Triste cidade alegre!


A cidade alegre amanheceu ontem um pouco menos alegre, com o triplo assassinato ocorrido na madrugada daquele dia. Desconhecem-se as causas, mas as suspeitas, as especulações não, já que elas, incontroláveis como costumam ser, pipocam daqui e dali com a intensidade e a perplexidade que as barbáries sempre causam. O centro da questão não difere em nada daqueles que servem de munição para as manchetes dos jornais sensacionalistas ou combustível para os apresentadores de programas mundo cão da TV, das grandes cidades.

As drogas parecem ser, por enquanto, uma guerra em que o poder público é francamente derrotado. Em uma cidade como essa em que o nível de emprego e ocupação é muito baixo, trona-se presa fácil o aliciamento de homens, mulheres e jovens para o tráfico e o comércio ilegal das drogas. A oferta da droga é a mesma arma que dissemina a procura entre uma juventude perdida, sem perspectiva, sem amparo entregue ao seu próprio desencanto.

As redes sociais não repercutiram o fato, quem sabe, sinalizando que a alegria não é para todos, em particular se o indigitado reside na Mistura, tem a pele marrom, não desfila em carro importado ou mora em bairro privilegiado, tudo isso que samaritana das frases alheias associa a inveja, eu prefiro identificar como desigualdade e exclusão social.

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