Para compor a trilha sonora das minhas caminhadas matinais estou sempre substituindo canções que já se mostram cansada aos meus ouvidos por outras que se não são novas, em termos de lançamentos, são para a minha audição pelo tempo que não as escuto. Assim busquei Como um samba de adeus do disco de Gal “Mina d’água de meu canto” que ela dedica a composições de Chico e Caetano, que parece surgir das mesma fornada de Futuros Amantes, de igual beleza. Ainda de Chico casou surpresa e impacto a gravação do roqueira baiana Pitty para Cálice dele e Gil. A versão de Pitty mantém o coro inicial da gravação original, para após alguns segundos de silêncio as guitarras, baixo e bateria detonarem os agressivos e desencantados versos como “este silêncio todo me atordoa/atordoado permaneço atento/na arquibancada prá qualquer momento/ver emergir o monstro da lagoa”.
Enquanto não ouço o novo disco de Roberta Sá, Segunda pele, ainda tenho satisfação com Mandingo, Orixá de frente do sambista baiano Roque Ferreira. O jovem sambista carioca, Pedro Miranda, que parece traz na sua voz, como encontrou Caetano, as vozes dos grandes sambistas carioca como Mario Reis, Cyro Monteiro, Roberto Silva, Cartola entre outros ancestrais integra esta nova seleção musical. Participante de um grupo que busca a revitalização do samba a partir do bairro boêmio da Lapa, Pedro Miranda esbanja bom gosto e brejeirice em Cartas do metrô, Coisa com Coisa, Dona Joaninha, Baticum. Para quem na adolescência vivia cercado por discos do Pink Floyd, Led Zeppelin, Rollings Stones é alentador acreditar que o samba agoniza, mas não morre. Cabem também nesta trilha musical as primeiras canções do primeiro disco de Ângela Rô Rô; Tola foi você, Amor meu grande amor, Balada da arrasada, A mim e a mais ninguém. Boa música!
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