domingo, 11 de março de 2012

Nem Coalhada merecia pior.


Todo monopólio é condenável; pois lhe priva do direito democrático da escolha, da avaliação, da comparação enfim. Quando se trata da informação é quase uma manipulação do fato, da noticia, algo assim como acontece com a TV Globo, independente de suas indiscutíveis qualidades profissionais e técnicas. A transmissão de partidas do campeonato brasileiro pela TV Globo, concedendo migalhas do pacote engendrado com a CBF para a Band é um dos exemplos mais próximos do mal que representa o monopólio. Como uma praga que se espalha entre a concorrência, agora a vez da Record que adquiriu a exclusividade para a transmissão das Olimpíadas de Londres, nos meses de julho e agosto, apenas repete de modo odioso aquilo que a Rede Globo criou; o vírus da exclusividade.

Mas, patetice maior ficou por conta da TV Bahia afiliada da TV Globo que conseguiu o privilégio das transmissões das partidas do campeonato baiano. Tentando despertar interesse ou motivar o espectador/torcedor a emissora ocupa mais de 20 minutos do seu Jornal da Manhã, por exemplo, para incensar o desinteressante campeonato regional. Como as partidas são realizadas quarta feira e domingo, os demais dias da semana são emprenhados com repetições dos gols da rodada, pouco importa qual. É o gol mais bonito, é o gol videogame, é o gol de placa, é o gol perdido, a defesa mais vazada, o ataque mais positivo repetidos sem cansar a fim de preencher o espaço disponível nos telejornais. Dia desses um dos apresentadores fez uma disputa de pênaltis com um desses pagodeiros sem nome que só não foi mais bizarro porque causa uma certa indignação ao ver tanto desperdício de tempo que poderia ser ocupado com a exibição mesmo a exaustão dos 05 gols de Messi ou os dois de Neymar, por exemplo, que faria muito mais sentido.

Até o Globo Esporte deixou de ser nacional na TV Bahia para que seus editores locais lancem mãos de bobagens como a simulação de um desentendimento entre Tite e Souza do Bahia, claro, como se fossem matéria de cunho esportivo. Ou montagens pretensamente editadas por um repórter que, quem sabe, sonha um dia trabalhar no Zorra Total, Pânico na TV ou em pegadinhas do Silvio Santos. Poderia haver vida inteligente na TV e, há, só que distante da editoria de esportes da TV Bahia.

Os estádios vazios observados em cada uma dessas transmissões retratam a baixa ou péssima qualidade do futebol praticado por aqui. É como um verso da canção de Gonzaguinha, aqui parafraseado: há um lado carente da TV Bahia dizendo que sim e esta baboseira que é o futebol baiano dizendo que não.

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