domingo, 11 de março de 2012

Transa.


O disco Transa gravado por Caetano em Londres, ainda no exílio, lançado no Brasil 1972, terá agora uma comemoração ao nível da importância daquele lançamento há quarenta anos. Este ano o disco será relançado após processo de remasterização em Londres, nos mesmos estúdios onde os Beatles imortalizaram suas canções. Transa embora tenha um sabor de saudade, de reminiscência, até pela circunstância em que foi gravado é um disco alegre bem diferente de um outro também gravado em Londres em que consta a regravação de Asa Branca, Maria Betânia e cuja capa traz uma foto assustadora de Caetano envolto em peles e panos londrinos.

Independente da qualidade das canções, Transa tem o mérito de apresentar uma sonoridade única, pouca encontrada em discos brasileiros e em particular na discografia de Caetano. O mentor deste feito é Jards Macalé a quem coube os arranjos, violão e guitarra em todas as faixas, além de Moacir Albuquerque no baixo e Áureo de Souza na percussão, alem da voz e também do violão de Caetano. Uma base musicalmente econômica, mas eficiente e bela na concepção final.Não bastasse canções como You don´t know me, It,s long way, Triste Bahia, se sobressai a gravação de Mora na Filosofia, de Monsueto, que ganhou em Transa talvez a sua longa e definitiva versão.

É prazeroso ouvir sempre os versos de Gregório de Matos intercalados por trechos de samba de roda do recôncavo ou citações de músicas de Caymmi, Baden, Vinicius em It´s a long way onde é clara a influência de Beatles. “Arrenego de quem diz/que nosso amor terminou/ele agora tá mais firme/do que quando começou” são versos de “Sodade meu bem, sodade” de Zé do Norte, uma das citações inesquecíveis em It´s a long way 

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