O fato aconteceu. Se foi do modo como se propagou na cidade é outra história. Faz tempo que há algo no ar alem dos aviões de carreira, ou em carreira, fazendo do aeroporto da cidade alegre uma muvuca aeronáutica digna de Cumbica, Tom Jobim ou do nosso destronado, mas nunca esquecido Aeroporto 2 de Julho. Este vai e vem de aeronaves por sob o céu da cidade tem explicações confiáveis ou dedutíveis que vão da entrega de numerário às instituições bancárias oficiais, a contatos políticos de deputados em peregrinação de votos.
Estacionado na área própria do aeroporto da cidade alegre, administrado pelo DERBA, uma aeronave trazendo numerário ou levando, já que o detalhe não muda o surrealismo da história, foi vitima de um inusitado ataque. De portas abertas, com as sacolas de dinheiro à mostra, os seguranças lanchavam ao lado da aeronave, enquanto aguardavam o momento de fazerem a escolta da grana até o seu local do destino, despreocupados e envoltos pela brisa daquela manhã. Como num passe de mágica surge da capoeira, ao lado direito da pista, um tresloucado meliante que astuto se apodera de uma das sacolas e sai em correria pela pista do aeroporto com os seguranças da aeronave em seu encalço. A cena causaria inveja aos Irmãos Marx. A maluquice do ladrão trapalhão não foi alem de 500 metros, pois logo foi alcançado, dominado e o dinheiro recuperado, sendo levado para a delegacia da cidade onde tomou os corretivos correspondentes ao delito.
Sabe-se que sobre a figura atrapalhada paira uma certa aura de cidadão familiar e religioso com militância diária pelas ruas da cidade com a Bíblia na mão, fazendo entrega de folhetos da Igreja Universal. Segundo Marilene, secretária da casa da sogra, a criatura infortunada foi seduzida pelo inimigo que o transformou em instrumento do mal, já que o mesmo tem a capacidade e o dom de pregar a palavra na ausência do pastor titular da sua igreja. Pode ser. Como também pode ser uma radicalização na coleta do dízimo.
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