domingo, 13 de maio de 2012

O malandro na praça outra vez.



Li na Isto É, ano passado, uma entrevista com Chico em que ele se dizia um músico sofrível, sem muito talento para criar harmonias e melodias, porem com relação às letras, às palavras, sem nenhuma modéstia, ele tinha habilidade. Aliás, muito hábil, hábil demais, já que faz com que as melodias venham a reboque de construções poéticas admiráveis, versos inesquecíveis em nossa música popular. Citar Rosa dos ventos, Construção, Retrato em branco e preto, Todo sentimento, Sinhá, Roda Viva, Olé olá, O que será é um exercício que beira a obviedade tal a gama de belas canções que Chico nos legou.

Pois, foi parte deste imenso e brilhante repertório que Chico nos brindou quinta feira passada, dia 09.05.12, com um show que só os grandes artistas são capazes. As canções do novo disco, lançado em novembro passado, não chegam a dominar a lista do repertório, mas servem como pano de fundo ou melhor pretexto para a apresentação de composições que não costumam frequentar os seus shows. Ana de Amsterdam, por exemplo, me remete ao seu espetáculo com Caetano no mesmo TCA em 1992 ou canções como Geni e o Zeppelin, De volta ao samba (“Pensou que eu não vinha mais, pensou. Cansou de esperar por mim”)Sob medida, refrescam a nossa memória como quem diz “a vida não é só isso que se vê, é muito mais”. Foi como uma espécie de suíte para a entrada de Se eu soubesse, sem a Thais Gulin, que estava na cidade, mas não como participação especial no show, teve o dueto preservado pela Bia Paes Leme, pianista, que se encarregou dos vocais. Nina, Sou eu, Sinhá foram apresentadas como quem dissessem há joia rara no pedaço.

Prezada Márcia, mais uma vez, nossos agradecimentos pela cortesia de nos proporcionar, de novo, uma noite de puro encantamento com a música deste grande artista brasileiro.    

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