Conheci Roze no pensionato onde moramos nos Barris, Rua Professor França, 89-A, hoje entrada e saída para a Estação da Lapa. Roze havia passado no vestibular para Arquitetura da UFBA, assim como o amigo Brando nossa colega de pensionato, também aprovado, e bom aluno como sempre foi, recebia a visita de Roze para estudo de prova e elaboração de trabalhos. A Arquitetura não afastou Roze da música, que paralelamente ao curso continuou fiel a sua origem sertaneja exibindo seus dotes artísticos em feiras musicais promovidas pelos diretórios acadêmicos de várias faculdades. Roze era, à época, uma jovem alta, morena, cabelos pretos escorrendo pelas costas e um despojamento no jeito de vestir, misto de reminiscências do movimento hippie e de mulher sertaneja.
No inicio deste mês, como uma das muitas homenagens ao centenário de grande Luiz Gonzaga, vários músicos de raízes e origens nordestinas se reuniram no show Baião de Nóis em que reverenciavam o mestre Lua. Passaram pelo palco do TCA os artistas Elomar, Xangai, Gereba Targino Gondim, o Coral do Mosteiro de São Bento, Cicinho do Acordeon e Roze. Não assisti ao espetáculo em 05 de maio, já que cheguei a Salvador, dia 09.05.12, para o show de Chico, no dia 10.05.12, mas vi alguns momentos do show na TVE Bahia e alguns áudios no site do IRDEB. Em uma destas imagens Roze canta Boiadeiro de Luiz Gonzaga, acompanhada pelo violão de Elomar, que não é de tocar prá ninguém, além dele próprio. A voz de Roze continua a mesma, a imagem também, ainda que marcada pela força dos anos que não diminuiu a força de seu canto bruto e seco como o sertão. A sua presença depois de tanto tempo me levou a buscar o download de uma das faixas dos discos que gravou e consegui, A volta da Asa Branca em um arranjo bonito à base de violões.
Nenhum comentário:
Postar um comentário