quinta-feira, 17 de maio de 2012

A verdade como o amor, só é bom se doer.



Não será por falta de pompa e cerimônia que a Comissão da Verdade instalada ontem, pela presidente Dilma, na presença de figurões da República, deixará de funcionar. Criada para apurar crimes cometidos contra os direitos humanos em períodos ditatoriais da nossa história, a Comissão tem amplitude de cobrir desde os crimes cometidos por Getulio Vargas em seu primeiro mandato e como ditador, até as arbitrariedades militares e sua revolução de 1964. Essa abertura do leque nas investigações destes crimes, desde Vargas, é certa que atende a setores duros, para não dar outro nome, do antigo regime que acusa a Comissão de revanchista e contra a uma Lei da Anistia que eles mesmos editaram, sem ouvir a sociedade e, um Congresso submisso e de quatro aprovou. A reação soa muito mais como uma confissão aos crimes cometidos que propriamente contrária a atitudes revanchistas ou de caça às bruxas.

A amplitude de identificar culpados por crimes contra os direitos humanos deveria ir alem de militares e outros servidores públicos junto aos órgãos de segurança, mas a setores da sociedade civil como empresários, banqueiros, donos de jornais que incentivaram, ajudaram e financiaram o golpe de 64. É conhecida a atitude do paladino das liberdades democráticas e hoje porta-voz do tucanato paulista, a Folha de São Paulo, que cedeu os seus carros de entrega de jornais para transportar presos políticos para as masmorras da tortura na OBAN ou DOI-CODI de São Paulo. A verdade como o amor só é bom se doer.

Charge: Leandro Franco

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